BRASÍLIA - O Ministério Público Federal no Distrito Federal decidiu devolver para a Polícia Legislativa (Depol) o inquérito sobre as agressões sofridas pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) para pedir complementos no material, após constatar que os laudos periciais estavam incompletos.
O material foi enviado ao MPF nesta terça-feira pela Polícia Legislativa, que considerou o caso encerrado após ter feito perícia nas câmeras do prédio onde a deputada mora e após ter ouvido pessoas que trabalham no local. Segundo o colunista Lauro Jardim, do GLOBO, até a noite de ontem os agentes não haviam encontrado qualquer imagem de estranhos entrando no prédio onde a deputada mora . Nas redes sociais, a parlamentar afirmou que o edifício não dispõe de câmeras nas escadas e nas entradas dos apartamentos.
O procurador Wellington Divino Marques, que recebeu o inquérito, analisou o material e constatou que era necessário finalizar os laudos periciais produzidos na investigação. O material enviado ainda era preliminar e, por isso, o procurador considerou que não seria possível dar prosseguimento ao caso.
Joice Hasselman relatou a agressão pela primeira vez à colunista Bela Megale na última quinta-feira. Na ocasião, ela contou que acordou no domingo sobre uma poça de sangue, sem se lembrar o que tinha acontecido. A deputada sofreu cinco fraturas na face e uma na coluna.
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Em manifestação divulgada à imprensa nesta terça-feira, Joice fez referência a uma das duas notas da polícia legislativa sobre o caso. Numa primeira versão, enviada à TV GLOBO, o órgão disse que, após a análise de câmeras de segurança, "não foi identificada a entrada de nenhuma pessoa estranha" no edifício da deputada. Na segunda versão documento, a polícia excluiu trecho que tratava do resultado da perícia das imagens.
"Acrescento à nota da Depol um pequeno, mas imprescindível detalhe: não existem câmeras de segurança nas escadas, nem nas entradas dos apartamentos funcionais - eu mesma chamei a atenção para o problema em meu depoimento à Depol e agentes alegaram que seria para resguardar a 'privacidade' dos parlamentares".
Nesta terça-feira, o Depol ressaltou que o local onde houve o incidente está sob vigilância.
"A Câmara esclarece que há segurança nos locais onde se localizam os apartamentos funcionais dos parlamentares. Os prédios possuem vigilância armada e porteiros, ambos 24 horas por dia, 7 dias por semana. Além disso, há câmeras de segurança e rondas ostensivas, com viatura caracterizada".
O caso também é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal.