Por SP1 — São Paulo


Chuva alagou galpão da Cinemateca e estúdio de fotógrafo na Vila Leopoldina

Chuva alagou galpão da Cinemateca e estúdio de fotógrafo na Vila Leopoldina

A chuva na madrugada de segunda-feira (10) alagou um galpão que pertence à Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo. O alagamento também afetou o estúdio do premiado fotógrafo Bob Wolfenson.

A Instituição Roquette Pinto, que administra a Cinemateca Brasileira, não atendeu os pedidos da reportagem para esclarecer quais itens do acervo foram comprometidos. A Secretaria Especial de Cultura do governo federal também não enviou informações sobre o prejuízo.

Fontes da Cinemateca que não querem se identificar afirmam que o galpão da Vila Leopoldina guardava principalmente material secundário, como mobiliário, fotografias, livros e folhetos, enquanto a maior parte do material de exibição ficava na sede da Cinemateca na Vila Clementino, Zona Sul de SP.

Em fevereiro de 2016, a sede da Vila Clementino foi atingida por um incêndio que destruiu pelo menos 500 obras e cerca de 1 mil rolos de filmes da década de 1940.

Mil rolos de filmes são destruídos no incêndio no prédio da Cinemateca

Mil rolos de filmes são destruídos no incêndio no prédio da Cinemateca

Acervo secundário

Na manhã desta sexta-feira (14) funcionários equipados com botas e máscaras faziam a limpeza do galpão da Cinemateca Brasileira. Caixas molhadas foram retiradas pela equipe do local. Na parte de trás, cadeiras encharcadas foram colocadas para secar ao sol.

Segundo a Secretaria Especial de Cultura, o galpão da Cinemateca, inaugurado em 2011, guardava materiais de exibição, mas não as matrizes dos filmes. O acervo mais precioso e raro fica no prédio da Vila Clementino, que pegou fogo em 2016.

O galpão alagado fica na Rua Othão, na Vila Leopoldina, um dos bairros mais atingidos pelas chuvas desta semana.

A estação de medição da Lapa, que abrange a região, foi a que registrou maior volume de chuva entre domingo e segunda-feira: foram 143 milímetros em 24 horas.

Estúdio de fotógrafo

Essa não foi a única perda cultural na região. Na Avenida Mofarrej o estúdio do fotógrafo Bob Wolfenson também ficou debaixo d'água.

"Em termos financeiros, foi coisa de R$ 1 milhão de reais, algo assim", afirma o fotógrafo Bob Wolfenson.

Wolfenson postou imagens do estúdio já sem a água, que chegou a alcançar um metro de altura. Cerca de 80% do acervo físico do fotógrafo foi atingido. Mensurar o tamanho do prejuízo só será possibel depois do término do processo de recuperação do acervo que está sendo feito por equipes do Instituto Moreira Salles.

"É um processo bem lento, mas acredito que vai dar pra salvar bastante coisa", afirma Alize Oz, assistente do acervo do fotógrafo.

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