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RUMO A 2022

Lado positivo da ameaça de Braga Netto: enterrar voto impresso

Jair Bolsonaro, o general Braga Netto e os comandantes militares

Escreverei sobre os aspectos institucionais graves do surto golpista do general Braga Netto revelado pela reportagem do jornal O Estado de S.Paulo na coluna desta sexta-feira no GLOBO.

Por ora, me detenho sobre o aspecto mais imediato da publicação da ameaça feita por ele ao presidente da Câmara, Arthur Lira: enterrar de vez a cantilena bolsonarista pelo tal voto impresso, ou auditável.

Todos os representantes de partidos com os quais conversei nesta quinta-feira expressaram duas coisas: 1) a certeza de que a ameaça aconteceu, da forma como o jornal a narrou; 2) a convicção de que Arthur Lira foi quem contou tudo ao jornal, para enterrar de vez a aventura do voto impresso e começar a cuidar da eleição da forma como ela interessa ao Centrão.

E, ao soar a campainha das intenções golpistas, ainda que mambembes, de Braga Netto, Lira deixou claro que o PP não está indo para a Casa Civil a passeio: o poder e o acesso sem precedentes que seu partido amealhou com Bolsonaro, além do fato de que eles têm o presidente como refém, não tornam a sigla sócia de nenhum plano tabajara para empastelar as eleições.

A ideia é aproveitar tudo que puder ser aproveitado agora, e, se Bolsonaro perder, encontrar outro hospedeiro e esquecer que ele existiu.

Sempre foi assim. Afinal, o mesmo Ciro Nogueira até outro dia dizia que Lula era o melhor presidente que o Brasil já teve e chamava Bolsonaro de fascista. O PP não foi o partido mais implicado no mensalão e no petrolão à toa: sempre esteve na cozinha dos governos petistas.

Ainda assim, neste episódio, ainda que da forma tortuosa, antirrepublicana e aviltante em que tudo acontece no governo Bolsonaro, o PP prestou um serviço ao processo eleitoral: Bolsonaro pode até continuar falando em fraude, mas vai ficar falando cada vez mais sozinho.

Abordei estes e outros aspectos do assunto do dia no Viva Voz, na CBN.

 


 

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