Por G1


Presidente da Argentina, Alberto Fernandez (centro), em anúncio para a inscrição de um terceiro gênero no documento de identidade argentino em 21 de julho de 2021 — Foto: Casa Rosada

O documento de identidade da Argentina passará a admitir o registro de pessoas não binárias – que não se identificam com os gêneros masculino e feminino –, segundo um decreto presidencial assinado nesta quarta-feira (21).

Além dos dois gêneros, será possível selecionar a opção X no documento. Com essa mudança, a Argentina se junta a países como Canadá, Austrália e Nova Zelândia que já reconhecem esta necessidade.

Dentro da nomenclatura X estará uma série de significados, todos previstos em lei:

  • não binário
  • indeterminado
  • não especificado
  • indefinido
  • não informado
  • autopercebido
  • não consignado
  • outro significado com o qual a pessoa não se sinta representada pelo binômio masculino/feminino

Segundo a presidência argentina, a norma tem o objetivo de proteger o direito à identidade de gênero, previsto em lei desde 2012.

Além do DNI, como é chamado o RG na Argentina, a nomenclatura X no campo correspondente ao sexo também estará presente no passaporte.

LEIA TAMBÉM:

O presidente Alberto Fernández entregou os três primeiros documentos com a nova nomenclatura nesta quarta-feira, em cerimônia realizada no Museu do Bicentenário, ao lado da casa do governo.

"O Estado não deve se importar com o sexo de seus cidadãos. Existem mil maneiras de amar, ser amado e ser feliz", disse Fernández.

A norma defende que "o direito à identidade tem um vínculo direto e indissociável com o direito de não sofrer discriminação, à saúde, à privacidade e à realização do próprio projeto de vida".

"Existem outras identidades além da de homem e mulher e devem ser respeitadas", disse o presidente.

Fernández defendeu que a aprovação do casamento igualitário "foi o início de todo este caminho para a diversidade".

A lei que autoriza a união entre pessoas do mesmo sexo está em vigor no país desde 2010.

Recentemente, a Argentina também aprovou uma lei que estabeleceu uma cota de funcionários transsexuais na administração pública nacional.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!