Esportes Tóquio 2020

Olimpíada: Macris retorna, Rosamaria brilha e Brasil vira sobre a Rússia para ir à semifinal no vôlei

Em jogo nervoso, oposta aproveita chance, joga boa parte da partida e Brasil supera campanha da Rio-2016
Rosamaria foi um dos destaques da partida Foto: PEDRO PARDO / AFP
Rosamaria foi um dos destaques da partida Foto: PEDRO PARDO / AFP

Foi nervoso, mas bonito. A seleção brasileira feminina de vôlei derrotou a equipe do Comitê Olímpico Russo por três sets a um na Arena Ariake e avançou para a zona de medalha dos Jogos Olímpicos de Tóquio. A partida marcou o retorno de Macris, que havia torcido o tornozelo direito contra o Japão e ficou as duas partidas finais da fase de grupos fora. A levantadora entrou no decorrer do jogo e imprimiu passes de qualidade que mudaram a partida. As parciais foram de 23/25, 25/21, 25/19 e 25/22.

Com a vitória, o time de José Roberto Guimarães supera campanha da Rio-2016, quando foi eliminado exatamente nessa etapa, no primeiro mata mata da competição — perdeu para a China, que acabaria campeã. Agora, o Brasil enfrenta a Coréia do Sul na semifinal, na sexta-feira. A outra semifinal será disputada entre Estados Unidos e Sérvia.

Zé começou com o time titular das partidas contra Sérvia e Quênia, mas viu que o jogo não encaixaria já no primeiro set. O Brasil tinha muitas dificuldades para segurar os saques e ultrapassar os bloqueios do time russo. Arina Fedorovtseva, de apenas 17 anos, fez grande partida, e terminou o jogo com 20 pontos, a maior pontuadora.

A Rússia fechou o primeiro set e chegou muito próximo de fechar o segundo, mas as meninas acordaram no jogo com uma boa sequência no saque e a entrada no jogo de Rosamaria, em quadra há alguns minutos. A jogadora, que vinha atuando como reserva de confiança quando Zé optava pela inversão do 5-1, entrou como oposta no lugar de Tandara, que não se encontrava em quadra. A catarinense acabou como uma das principais jogadoras da partida: foram 16 pontos, 6 de bloqueio.

O Brasil virou o set  e ficou mais tranquilo para desfilar seus pontos fortes na partida e fazer 2 a 1: Carol Gattaz, segunda melhor bloqueadora do torneio até o início do jogo, voltou a brilhar no fundamento e no ataque. Foi gigante na rede ao lado de Carol. Nas viradas de jogo, Fernanda Garay na saída de rede e Gabi vindo do fundo voltaram a ser as armas ofensivas do Brasil, como vêm sendo ao longo dos Jogos. Eram quem o time brasileiro procurava nos momentos de mais aperto. Foram 14 pontos para Garay e 18 pontos para Gabi, a maior pontuadora brasileira em quadra.

A partida foi encerrada em um terceiro set nervoso, que teve as russas brigando forte — chegaram a empatar em 22 a 22. Mas Rosamaria, a dona do jogo, cravou o match point, e o Brasil na semifinal: 3 a 1.

Na Arena Ariake, as meninas tiveram grande apoio da "torcida" brasileira, formada por credenciados dos Jogos. Entre eles, Ana Marcela Cunha, medalhista de ouro na maratona aquática horas antes. O final da partida foi de emoção, com abraços de Zé ao fisioterapeuta brasileiro Fernando Fernandes, que ajudou Macris a se recuperar a tempo de jogar nesta quarta-feira.

— Elas arriscaram muito no saque, a gente segurou em muitos momentos. (A mudança veio quando) Conseguimos dar mais velocidade no nosso jogo, elas têm um bloqueio muito forte, muito agressivo. A gente estava conseguindo chegar com o passe, mas quando conseguimos dar mais velocidade, usar as centrais, não fazer o jogo previsível, a gente teve vantagem — avaliou Garay.

O jogo

Saiba como foi a partida, jogada a jogada, no Tempo Real do GLOBO .