Por G1 e GloboNews


Incêndio devasta segunda maior ilha da Grécia

Incêndio devasta segunda maior ilha da Grécia

Milhares de habitantes tiveram de sair da ilha grega de Eubeia, a segunda maior do país, neste domingo (8) com a ajuda de balsas. Hoje é 12º dia de incêndios. O Exército foi acionado para ajudar no combate às chamas. A Grécia enfrenta a maior onda de calor em três décadas.

O incêndio também ameaça a capital Atenas e a região histórica de Olímpia, berço dos Jogos Olímpicos. O primeiro-ministro grego disse que o país vive um verão de pesadelos.

Países como França, Suíça, Espanha e Egito enviaram bombeiros para ajudar a apagar o fogo. Além disso, o incêndio também atinge a Turquia, país vizinho, que conseguiu diminuir o fogo.

"A batalha continua", disse o vice-ministro grego da Proteção Civil, Nikos Hardalias, anunciando "mais uma noite difícil" para os bombeiros.

Residente local gesticula enquanto segura mangueira de água vazia em tentativa de extinguir incêndios florestais na Grécia, neste domingo (8) — Foto: Angelos Tzortzinis/AFP

Um homem usa um galho de árvore para tentar diminuir um incêndio na aldeia de Pefki, na ilha de Evia, Grécia, em 8 de agosto de 2021. — Foto: REUTERS/Nikolas Economou

Enquanto na Turquia a maioria dos incêndios estava controlada neste domingo, o incêndio declarado na ilha de Eubeia, a segunda maior da Grécia, continua a gerar sérias preocupações.

"Nos próximos 40 anos não teremos trabalho e no inverno nos afogaremos nas águas, sem florestas para nos proteger", declarou desesperado Yannis Selimis, um morador de Gouves, no norte de Eubeia, cujos habitantes tiveram que ser evacuados.

"Estamos nas mãos de Deus. O Estado está ausente. Se as pessoas forem embora, as cidades com certeza vão queimar", acrescentou o homem de 26 anos.

Um bombeiro puxa uma mangueira, enquanto um incêndio ocorre na aldeia de Pefki, na ilha de Evia, na Grécia, em 8 de agosto de 2021. — Foto: REUTERS/Nikolas Economou

O fogo também queima no Peloponeso, no sudoeste, mas às portas de Atenas, por outro lado, o incêndio que destruiu dezenas de casas perdeu intensidade neste domingo, segundo os bombeiros gregos.

Um helicóptero evacuou um bombeiro ferido no norte de Atenas que tentava apagar um foco reavivado, enquanto na ilha jônica de Zakynthos, um avião hidrante caiu enquanto apagava um pequeno incêndio, mas seu piloto conseguiu escapar em segurança.

Grécia e Turquia, dois países vizinhos atingidos pela pior onda de calor em décadas, lutam contra incêndios há quase duas semanas. Os especialistas relacionam as altas temperaturas às mudanças climáticas.

Até o momento, duas pessoas morreram na Grécia e oito na Turquia, e dezenas tiveram que ser hospitalizadas.

Os incêndios na Turquia estão em sua maioria sob controle, embora o fogo ainda queime neste domingo na turística província de Mugla, no sudoeste.

Na Grécia, os bombeiros continuam a combater o fogo no norte da ilha de Eubeia, que acordou neste domingo envolta em uma densa nuvem de fumaça e sob uma chuva de cinzas, confirmou uma equipe da AFP.

'Terminaremos no mar'

Em chamas há seis dias, essa faixa de terra entre Ática e o Mar Egeu apresentava um panorama apocalíptico. Nas estradas, os moradores pulverizavam suas terras com água, enquanto as chamas continuavam a consumir as áreas arborizadas.

Milhares de hectares de florestas de pinheiros foram destruídos por um incêndio em Eubeia, a segunda maior ilha da Grécia, localizada cerca de 200 km a leste de Atenas.

A frente do incêndio cobriria cerca de 30 km, estimou no sábado o governador da região, Fanis Spanos.

"A frente é muito grande. Estamos tentando salvar a cidade, mas os meios são insuficientes", disse Nikos Papaioannou, morador de Gouves, à AFP neste domingo.

"A situação é dramática. Vamos todos acabar no mar", acrescentou.

Mais de 1.300 pessoas da ilha foram resgatadas por mar na sexta-feira e no sábado.

Balsas e navios militares estão em alerta na costa, em caso de necessidade de novas evacuações.

Uma dezena de moradores foi resgatada em uma praia cercada por chamas na madrugada deste domingo, segundo a agência grega ANA.

Mortos-vivos

A imensa ilha montanhosa, coberta de pinheiros, que costuma atrair turistas nacionais e estrangeiros, tornou-se um pesadelo para os bombeiros, devido ao seu relevo acidentado.

"Depois do que vimos, não parece que estamos próximos de controlar o fogo", disse o prefeito de Mantoudi, um município de Eubeia.

"Não tenho mais voz para exigir mais meios aéreos", reclamou à Skai TV.

Cerca de 260 bombeiros gregos, auxiliados por 100 veículos e apoiados por mais de 200 colegas da Ucrânia e da Romênia, foram destacados para o norte da ilha na manhã deste domingo e apoiados por sete aviões e helicópteros, informaram os bombeiros.

As chamas também se aproximavam das casas das aldeias de Ellinka, Vasilika e Psaropouli, tendo destruído centenas de casas da região.

"Quarenta mil pessoas vão viver como mortos-vivos nos próximos anos por causa da destruição da região", comentou Iraklis, um vizinho de Istiaia, à Open TV.

No sábado, cerca de 2 mil pessoas que foram socorridas da ilha de Eubeia receberam alojamento temporário, disse o vice-ministro da Proteção Civil, Nikos Hardalias.

No sábado, havia 55 focos ativos em todo o país, cinco deles importantes.

As chamas devastaram mais de 56 mil hectares nos últimos dez dias na Grécia, de acordo com o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS). Cerca de 1.700 hectares queimados, em média, no mesmo período de 2008 a 2020.

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