Esportes Tóquio 2020

Olimpíada: Thiago Braz conquista medalha de bronze no salto com vara

Com quatro finalistas restantes, francês que foi rival de Thiago em 2016 errou tentativas a 5,92m, abrindo caminho ao pódio. Armand Duplantis, da Suécia, conquista o ouro
Thiago Braz na disputa da final do salto com vara em Tóquio: brasileiro foi medalhista de ouro no Rio, em 2016 Foto: Editoria de arte/Ben Stansall/AFP
Thiago Braz na disputa da final do salto com vara em Tóquio: brasileiro foi medalhista de ouro no Rio, em 2016 Foto: Editoria de arte/Ben Stansall/AFP

TÓQUIO e RIO — Lembrando seu próprio feito no Rio, em 2016, Thiago Braz voltou a fazer nesta Olimpíada de Tóquio o que muitos achavam improvável e até impossível. Mesmo sem estar entre os favoritos ao pódio após um ciclo olímpico ruim, o brasileiro garantiu o bronze no salto com vara ao ser um dos poucos finalistas a vencer o sarrafo a 5,87 metros. Thiago e o americano Christopher Nielsen bateram este índice. O sueco Armand Duplantis acertou seu salto a 5,92 metros. Todos os outros ficaram pelo caminho.

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O último a ser eliminado, confirmando assim a formação do pódio, foi o francês Renaud Lavillenie, grande rival de Thiago na final de 2016, quando o brasileiro foi ouro. Lavillenie errou seus saltos a 5,92m e, como não tinha índice de 5,87m, não conseguiu superar Thiago mais uma vez. O brasileiro também errou suas três tentativas a 5,92m, ficando atrás de Nielsen e Duplantis, que bateram o sarrafo nesta marca e seguiram na briga. Duplantis superou a marca de 6,02m e, como Nielsen não teve o mesmo sucesso, o ouro ficou com o atleta da Suécia.

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Desde o ouro na Rio-2016, quando estabeleceu o recorde olímpico saltando a 6,03m, Thiago não havia conseguido repetir o bom desempenho em competições internacionais. Seu melhor desempenho neste ciclo havia sido uma prata no Sul-Americano de Lima, em 2019, saltando a 5,41m, índice que sequer teria garantido vaga na final olímpica em Tóquio.

Crescimento na hora certa

Após começar a final passando sem problemas pelo sarrafo a 5,55m, Thiago precisou de duas tentativas para chegar às marcas de 5,70m e de 5,80m. O francês Renaud Lavillenie, seu grande rival na disputa pelo ouro no Rio em 2016, chegou a Tóquio com problemas físicos — além de ter torcido o tornozelo esquerdo há cerca de um mês, ele sentia um incômodo no pé direito após o aquecimento para esta final.

Na tentativa de se preservar, Lavillenie fez apenas um salto a 5,70m, passou a vez nos 5,80m e refugou em sua primeira tentativa a 5,87m. Com um cenário difícil, resolveu arriscar tudo e ir direto para os 5,92m. Errou duas tentativas e se despediu dos Jogos, abrindo caminho para o pódio de Thiago Braz.

Thiago superou de primeira o sarrafo a 5,87m e cresceu no momento certo da final olímpica. Até então, a melhor marca do brasileiro na temporada era um 5,82m. Apenas Thiago e o americano Christopher Nielsen bateram a marca de 5,87m.

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Mas o sueco Armand Duplantis, de 21 anos, mostrava-se disposto a confirmar seu favoritismo ao ouro desde o início da final. Após não saltar nos 5,70m, Duplantis ultrapassou com folga o sarrafo a 5,80m numa única tentativa. O grego Emmanouil Karalis e o americano KC Lightfoot chegaram à mesma marca sem cometer erros, dividindo a liderança com Duplantis. No entanto, Karalis e Lightfoot logo ficaram para trás, errando todas as três tentativas a 5,87m. O polonês Piotr Lisek e o britânico Harry Coppell também falharam o sarrafo nesta altura, deixando apenas quatro na disputa: Thiago Braz, Christopher Nielsen, Armand Duplantis e Renaud Lavillenie.

Duplantis, que sequer perdeu tempo com os 5,87m, quis ir direto a 5,92m e bateu o sarrafo de primeira. Lavillenie falhou, e Thiago perdeu logo em seguida, ficando com o bronze. O sarrafo subiu a 5,97m e Nielsen surpreendeu ao passar o sarrafo de primeira, alcançando sua melhor marca pessoal. Duplantis também passou, mantendo viva a disputa pelo ouro. Em seguida, o sueco saltou a 6,02m, e foi demais para o americano, que errou três tentativas e acabou com a prata.