Por Luiz Felipe Barbiéri, G1 — Brasília


Câmara conclui votação a favor da PEC que retoma coligações partidárias; texto vai ao Senado

Câmara conclui votação a favor da PEC que retoma coligações partidárias; texto vai ao Senado

O plenário da Câmara aprovou nesta terça-feira (17), em segundo turno, a proposta de Emenda à Constituição (PEC) de reforma eleitoral que inclui a retomada das coligações nas eleições proporcionais (de deputados e vereadores). O textos segue para análise do Senado.

O texto-base foi aprovado com 347 votos favoráveis e 135 contrários — para uma PEC receber o aval do plenário da Câmara, são necessários pelo menos 308 votos.

Após a aprovação do texto-base, que incluía as coligações, o plenário votou um destaque apresentado pela bancada do Cidadania que pedia a votação em separado da volta das coligações. O objetivo do partido era impedir que as coligações fossem retomadas. Mas o destaque foi rejeitado por 340 votos contra 139.

A formação de coligações permite a união de partidos em um único bloco para a disputa das eleições proporcionais. O mecanismo favorece os chamados "partidos de aluguel", que não têm ideologia específica e tendem a negociar apoios na base do "toma-lá-dá-cá".

Veja, no vídeo abaixo, informações sobre a votação do texto em primeiro turno:

Câmara conclui 1º turno de votação da proposta que permitir coligações de partidos pra eleger deputados e vereadores

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No Senado, a proposta deve encontrar resistência. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), já se manifestou contrariamente à retomada das coligações e disse preferir que as regras utilizadas no último pleito sejam mantidas.

No plenário do Senado, a PEC também precisa do voto favorável de 3/5 dos parlamentares – ou seja, pelo menos 49 dos 81 senadores.

Valdo: 'Volta das coligações está fadada a cair no Senado'

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Na semana passada, após um acordo entre líderes, os deputados aprovaram em primeiro turno a PEC, rejeitando o “distritão” e mantendo no texto principal a volta das coligações.

No dia seguinte, durante a análise de sugestões de alteração no texto, os deputados derrubaram o chamado voto preferencial, outro trecho incluído no parecer pela relatora, deputada Renata Abreu (Podemos-SP), que não obteve apoio no parlamento.

Pelo modelo, o eleitor votaria em até cinco dos candidatos que disputam a eleição, em ordem decrescente de preferência e quem obtivesse a maioria absoluta das primeiras escolhas válidas dos eleitores, não computados os votos em branco e os nulos, seria eleito.

Julia Duailibi: 'As coligações proporcionais são um estelionato para o eleitor'

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Outros pontos

  • Fidelidade partidária: a proposta prevê punição de perda de mandato para deputados e vereadores que se desligarem, sem justa causa, do partido pelo qual foram eleitos;
  • Data da posse: a PEC altera a data da posse de governadores e prefeitos (passa a ser 6 de janeiro) e do presidente (passa a ser 5 de janeiro). Hoje, as posses são sempre no primeiro dia de janeiro. A mudança, porém, só valerá a partir de 2025 (para prefeitos) e 2027 (para governadores e presidente).
  • Iniciativa popular: a PEC prevê a possibilidade de um projeto de lei ser protocolado por eleitores quando houver, no mínimo, 100 mil assinaturas. Tais projetos tramitarão em regime de prioridade.
  • Participação feminina: a PEC prevê "peso dois" aos votos dados a mulheres e negros para a Câmara dos Deputados para o cálculo de distribuição dos fundos partidário e eleitoral às siglas, entre 2022 e 2030.

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