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Aprovação de Biden atinge seu nível mais baixo após retirada às pressas dos EUA no Afeganistão

Pesquisa realizada na segunda-feira aponta que 46% dos adultos americanos aprovam o desempenho do presidente democrata no cargo, uma queda de sete pontos percentuais
Presidente dos EUA, Joe Biden, fala sobre a tomada do Afeganistão pelo Talilbã na Casa Branca em Washington Foto: BRENDAN SMIALOWSKI / AFP/16-08-2021
Presidente dos EUA, Joe Biden, fala sobre a tomada do Afeganistão pelo Talilbã na Casa Branca em Washington Foto: BRENDAN SMIALOWSKI / AFP/16-08-2021

NOVA YORK — O índice de aprovação do presidente Joe Biden caiu sete pontos percentuais e atingiu seu nível mais baixo até o momento após o governo afegão, apoiado pelos EUA, colapsar no fim de semana , em uma revolta que fez com que milhares de civis e aliados militares fugissem do país para sua segurança.

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A pesquisa de opinião nacional, realizada na segunda-feira, mostra que 46% dos adultos americanos aprovam o desempenho de Biden no cargo, o índice mais baixo registrado nas pesquisas semanais que começaram quando o democrata assumiu o cargo, em janeiro.

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A popularidade de Biden caiu depois que a capital afegã, Cabul, foi tomada pela milícia fundamentalista Talibã no domingo — marcando a volta do grupo ao poder, 20 anos depois de seu regime ser derrubado pela invasão dos Estados Unidos, em outubro de 2001, em uma ocupação militar que custou trilhões de dólares dos contribuintes e milhares de vidas americanas.

A maioria dos eleitores republicanos e democratas concorda com a retirada americana do Afeganistão, mas uma pesquisa instantânea da Ipsos, realizada na segunda-feira, descobriu que menos da metade deles aprova a maneira como Biden dirigiu os esforços militares e diplomáticos dos EUA no país este ano.

O presidente, que no mês passado elogiou as forças afegãs por serem "tão bem equipadas quanto qualquer outra no mundo", foi mais mal avaliado do que os outros três presidentes que lideraram a guerra mais longa dos Estados Unidos.

Os EUA e aliados ocidentais continuaram a retirar diplomatas e civis nesta terça-feira, um dia depois que afegãos lotaram o aeroporto de Cabul em uma tentativa desesperada de fugir do regime do Talibã.

A pesquisa da Ipsos descobriu que 75% dos americanos apoiaram a decisão de enviar tropas adicionais para garantir instalações importantes no Afeganistão até que a retirada seja concluída, e quase o mesmo número apoiou a remoção de afegãos que ajudaram as forças dos EUA no país.

No entanto, os americanos pareciam estar bastante inseguros sobre o que pensar da guerra, com a maioria expressando visões um tanto contraditórias sobre o que os militares americanos deveriam ter feito.

Sessenta e oito por cento dos jovens de 18 a 65 anos que participaram da pesquisa da Ipsos, por exemplo, concordaram que a guerra "iria terminar mal, não importa quando os EUA saíssem", e 61% queriam que os Estados Unidos concluíssem a retirada das tropas dentro do prazo.

No entanto, 51% também concordaram que “teria valido a pena para os Estados Unidos deixar as tropas no Afeganistão mais um ano”, e 50% queriam enviar tropas de volta ao país para lutar contra o Talibã.

Em muitos casos, republicanos e democratas pareciam compartilhar a mesma visão da guerra: seis em cada dez republicanos e sete em cada dez democratas concordaram, por exemplo, que a rápida capitulação do governo afegão “é uma evidência de por que os EUA deveriam sair do conflito."

Cerca de 44% dos entrevistados disseram achar que Biden fez um “bom trabalho” no Afeganistão. Em comparação, 51% elogiaram a maneira como os ex-presidentes Donald Trump e Barack Obama lidaram com a guerra.

A aprovação da forma como Biden está lidando com o Afeganistão é ainda menor do que a do ex-presidente George W. Bush, que foi criticado por membros de seu próprio partido por invadir o país e entrincheirar os EUA em um esforço caro e, em última análise, inútil.

Cerca de 47% dos americanos acham que Bush fez um bom trabalho no Afeganistão.

A pesquisa Ipsos foi realizada online e reuniu respostas de mil pessoas, incluindo 443 democratas e 247 republicanos. Sua margem de erro é de cerca de quatro pontos percentuais.