Agentes não serão punidos se participarem de atos pró-governo, diz PM do DF

Exigência é que PMs “não representem instituição”; eventos estão marcados para feriado da Independência

Esplanada dos Ministérios terá reforço de 5.000 policiais em 7 de setembro
Copyright Marcelo Camargo/Agência Brasil - 5.jun.2014

A PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) informou neste domingo (29.ago.2021) que não irá punir policiais da ativa que participarem dos atos pró-governo marcados para o dia 7 de setembro. A única exigência da corporação é de que os agentes “não representem a instituição”.

Em nota, a corporação disse que “os policiais militares são cidadãos e ao exercerem a sua cidadania, podem se manifestar de maneira democrática, desde que não representem a instituição”. 

A PMDF segue afirmando que desconhece “qualquer desvio de conduta em manifestações relacionadas a policiais militares. A corporação possui legislação que dirime a conduta de seus integrantes”.

A Esplanada dos Ministérios terá reforço de 5.000 policiais em 7 de setembro. Segundo a SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal), “assim como em todas as manifestações desse tipo, é feito planejamento prévio, com a participação dos envolvidos, a fim de garantir a segurança dos participantes e da população em geral”.

O governo do Distrito Federal liberou cerca de R$ 10 milhões para a promoção de mais de 2.400 policiais. A medida tenta conter a insatisfação da Polícia Militar e, assim, evitar que haja confusão na manifestação marcada para o feriado. 

Policiais nos atos 

Como mostrou o Poder360, PMs se preparam para participar dos atos em apoio ao presidente. Praças e oficiais das ativa e da reserva falam em “exigir” o poder, lutar contra o comunismo e retirar os ministros do STF. 

Na semana passada, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afastou o chefe do Comando de Policiamento do Interior -7, coronel Aleksander Lacerda por indisciplina.

O militar tem feito publicações nas suas redes sociais convocando seguidores para as manifestações e chegou a declarar que “o caldo vai entornar” e que “liberdade não se ganha, se toma”.

Doria afirmou em 23 de agosto que alertou governadores sobre a preparação da “milícia bolsonarista” com “força redobrada” para os atos e que a Polícia Civil identificou mobilizações para invadir o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília.

O que diz o estatuto

O Estatuto dos Militares determina que “são proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político.”

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