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STF

Com Mendonça em baixa, Humberto Martins corre contra o tempo para vaga no STF

Humberto Martins, presidente do STJ

Com o caminho de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF) mais emperrado do que nunca, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins, voltou a trabalhar intensamente para se viabilizar como alternativa para a vaga da Corte. O magistrado sabe que sua chance é agora ou nunca, já que ele corre contra o tempo. Em 7 de outubro, Martins completa 65. Com essa idade, não poderia mais tomar posse como ministro do Supremo.

Para não se indispor com Bolsonaro, o magistrado não quis assinar a nota que o STJ emitiu para expressar preocupação com o pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, feito pelo presidente. O comunicado foi emitido em nome do tribunal, mas sem a assinatura do presidente da Corte. Além disso, Martins tem marcado presença em agendas de Bolsonaro, inclusive fora de Brasília.

A única chance de o magistrado ocupar a vaga que tanto sonha é ser indicado e empossado em menos de dois meses no STF. Para isso, Martins, que chegou a tomar a dianteira na disputa e ser o nome favorito do senador Flávio Bolsonaro (Republicano-RJ), tem procurado dia e noite interlocutores do governo Bolsonaro e senadores, em especial do MDB, partido que tem mais proximidade.

Martins é conterrâneo do cacique da sigla, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), inimigo da família do presidente. A proximidade entre ambos foi um fator decisivo para que Bolsonaro preferisse indicar André Mendonça e não o presidente do STJ. Há meses, Mendonça tenta uma conversa com Renan Calheiros, que não o recebeu e nem mostra disposição para isso.

Após Bolsonaro apresentar o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes ao Senado, a situação de seu indicado ficou ainda pior. O presidente da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse a parlamentares que não pautará a indicação de Mendonça para o Supremo até Bolsonaro distencionar a relação com os demais poderes. O rito prevê que o indicado do presidente deve ser sabatinado na CCJ do Senado para, depois, ter seu nome submetido a todos os senadores, em plenário




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