Está rolando um flerte entre o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) e algumas das principais lideranças do PP nacional e do Rio de Janeiro. Em conversas reservadas com o presidente da Câmara, Arthur Lira, com o deputado federal Dr. Luizinho e com o prefeito de Nova Iguaçu, Rogério Lisboa, Freixo tem assuntado sobre a possibilidade de o Progressistas apoiar a sua candidatura ao governo do estado em 2022 ou até mesmo vir a formar uma chapa, lá na frente. Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil de Bolsonaro e presidente do PP, está a par das articulações.
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Filiado ao PSB desde junho, depois de ter deixado o Psol, Freixo deve ter o apoio de Lula para a disputa ao governo fluminense em 2022. Internamente, ele tem dito que pretende formar a aliança mais ampla possível em torno de sua candidatura, para tentar para isolar os bolsonaristas no estado.
Mas a corte ao PP teria ainda uma outra finalidade: garantir apoio em regiões do Rio onde a candidatura de Freixo tem pouca penetração. O nicho mais cobiçado é a Baixada Fluminense, (região mais populosa e economicamente mais importante do estado, depois da capital). O PP tem dois prefeitos na região: Lisboa, de Nova Iguaçu, e Renato Cozzolino, de Magé.
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O deputado do PSB diz que as conversas com o PP de Lira são naturais. "Eu converso com todo mundo. Falo com o PP, falo com o Eduardo Paes, essa é a hora de conversar. E o Rogério Lisboa é meu amigo, fomos deputados estaduais juntos". Ele diz que não há discussões sobre formação de chapa. "Está muito longe para isso, ainda falta um ano para a eleição", diz o deputado.
Hoje o PP, além de integrar o ministério de Bolsonaro, está fechado com o governador Cláudio Castro (PL), que vai disputar a reeleição. O partido tem inclusive indicados no governo e trânsito no secretariado.
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Por isso os próprios pepistas consideram que, no cenário atual, uma aliança com Freixo seria “muito difícil”. Mas não é impossível. Tudo vai depender de como a relação do partido com Bolsonaro vai evoluir, e também do desempenho de Cláudio Castro nas pesquisas. Por ora, a ordem no partido é continuar conversando.
Quem conhece bem o PP sabe que, se Bolsonaro e Castro se inviabilizarem eleitoralmente, o flerte de hoje com Freixo pode virar namoro amanhã.