Topo

Daniel se aposenta como melhor atleta paralímpico do Brasil e deixa legado

Daniel Dias, durante prova nas Paralimpíadas de Tóquio - Mikihito Matsui/CPB
Daniel Dias, durante prova nas Paralimpíadas de Tóquio Imagem: Mikihito Matsui/CPB

Denise Mirás

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/09/2021 12h33

Daniel Dias deixa as competições da natação como o maior atleta paralímpico da história aos 33 anos, com 27 medalhas. Depois de três bronzes em Tóquio-2020, fez o quarto tempo dos 50m livre da classe S5 (intermediária entre as 10 para deficientes funcionais), com pódio fechado por chineses. Mas neste mesmo oitavo dia de competições das Paralimpíadas, Carol Santiago conquistou seu terceiro ouro, nos 100m peito da classe SB12 (para atletas com baixa visão). Curiosamente estreando em Paralimpíadas aos 36 anos, a pernambucana recebe o bastão como destaque em Tóquio-2020, com cinco medalhas, do supercampeão Daniel, que participou pela primeira vez dos Jogos em Pequim-2008, aos 22.

Na manhã desta quinta-feira (2), pelo horário de Brasília, o Brasil já tem semifinais em modalidades coletivas. A seleção masculina de goalball joga às 5h45 contra a Lituânia e a feminina às 7h30 contra os Estados Unidos. No vôlei sentado, os brasileiros enfrentam os russos às 6h30 e o invicto futebol de 5 terá o Marrocos pela frente às 7h30.

Daniel Dias, natação paralímpica - Ale Cabral/CPB - Ale Cabral/CPB
Daniel Dias se despede das piscinas como o maior da história nas Paralimpíadas
Imagem: Ale Cabral/CPB

Douradas de Carol

O ouro de Carol no na classe SB12 dos 100m peito com 1min14s89, recorde paraolímpico, sobre a russa Daria Lukianenko (1min17s55) e a ucraniana Yaryna Matlo (1min20s31). Com essa medalha, a brasileira soma cinco em Tóquio-2020 e leva a natação brasileira a 20 no total (seis de ouro, cinco de prata e nove de bronze), superando as 19 de Pequim-2008 e Rio-2016.

Carol também ajudou na meta dos top 10 no quadro geral de medalhas. Nesta quarta-feira (1o de setembro), o Brasil está em sétimo lugar - com o total de 48, sendo 15 ouros, 12 prata e 21 de bronze.

Cecília Kethlen Araújo foi prata na classe S8 (deficientes funcionais) dos 50m livre, com 30s83, atrás da russa Viktoriia Ishchiulova, com 29s91 - o bronze foi da italiana Xenia Francesca Palazzo, com 31s17).

Ainda nas piscinas, Talisson Glock chegou ao bronze da classe S6 (para deficientes funcionais) dos 100m livre. Terminou com 1min05s45, na batida contra o chinês Jia Hongguang, que fez 1min05s55. A prova teve recorde mundial do italiano Antonio Fantin, com 1min03s71, que foi seguido pelo colombiano Nelson Crispin Corzo, com 1min04s82. Talisson já tinha o bronze do revezamento 4x50m misto 20 pontos e ainda está inscrito nos 400m livre e 100m costas.

Por uma bola

Maciel Santos, da bocha paralímpica - Takuma Matsushita/CPB - Takuma Matsushita/CPB
Maciel Santos, bronze na bocha paralímpica
Imagem: Takuma Matsushita/CPB

Uma bronze que valeu ouro foi na disputa da bocha paralímpica, com Maciel Santos, da classe BC2 (cadeirantes que não podem receber assistência). A vitória sobre o tailandês Worawut Saengampa só chegou à medalha no tudo ou nada na escolha da última bola, que desempatou a partida no último arremesso: 4 a 3. Muito emocionado, lembrou de Dirceu Pinto, outro ídolo do movimento paralímpico brasileiro, que morreu de enfarte em abril de 2020.

A bocha ainda teve o bronze de José Carlos Chagas, da classe BC2 (cadeirantes que têm auxílio dos Calheiros), que fechou 8 a 2 sobre o português André Ramos.

O bronze do tênis de mesa foi feminino, por equipes, na classe 9-10 (andantes, com baixo comprometimento físico-motor) por equipes. Bruna Alexandre, Danielle Rauen e Jennyfer Parinos perderam da Polônia (2 a 0), mas a modalidade assegura o bronze aos derrotados nas semifinais porque não tem disputa de terceiro lugar.

Seleção brasileira feminina de goalball - Wander Roberto/CPB - Wander Roberto/CPB
Seleção feminina de goalball passa pela China no golden score
Imagem: Wander Roberto/CPB

Coletivos nas semifinais

Carol fez o gol do golden score contra a China, prata no goalball no Rio-2016 depois de eliminar o Brasil da disputa de medalhas. Em Tóquio-2020, as brasileiras comemoraram o troco e a passagem para a semifinal contra os Estados Unidos, às 7h30 desta quinta-feira (2), pelo horário de Brasília. A seleção masculina já havia conquistado a vaga e enfrenta a Lituânia às 5h45 (no confronto entre essas seleções na fase de grupos, a vitória dos brasileiros foi arrasadora, por 11 a 2).

Outra vaga em semifinais foi conquistada pela seleção feminina de vôlei sentado com a vitória sobre a Itália por 3 sets a 1, de virada: 23/25, 25/17, 25/16 e 25/21. Também enfrenta os Estados Unidos, mas na sexta-feira (3), às 6h30. A seleção brasileira masculina faz semifinal antes, nesta quinta-feira (2), às 6h30, contra a Rússia.