“Escándalo”, “vergonha” e “papelón”: como a mídia mostrou a suspensão do jogo
Ao falar da suspensão da partida, Galvão Bueno disse que a atitude dos jogadores argentinos foi “vergonha mundial”
A suspensão da partida entre as seleções de futebol de Brasil e Argentina antes de 10 minutos completados de jogo neste domingo (5.set.2021) ocupou papel de destaque no noticiário esportivo internacional.
Agentes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) interromperam o jogo entre as seleções pelas eliminatórias da Copa do Mundo. A partida era realizada na Arena Neo Química, em São Paulo, conhecida como “Itaquerão”. A agência afirmou que jogadores da seleção argentina teriam prestado informações falsas sobre viagem à Inglaterra e deixado de cumprir quarentena de 14 dias antes da partida.
O episódio foi noticiado em veículos de imprensa de diversos países, como Reino Unido, Chile, Alemanha, Estados Unidos, entre outros. Alguns veículos do Brasil e da Argentina transmitiram a informação com tom nacionalista.
No esportivo argentino Olé, o episódio foi chamado de “papelão” do Brasil. No Clarín, o noticiário ao vivo vinha com as palavras “escândalo”. Na TV Globo, no Brasil, o narrador Galvão Bueno demonstrou, antes do início do jogo, indignação com a liberação dos jogadores.
Leia abaixo como diferentes veículos trataram o tema:
Olé (Argentina) “Papelão mundial”
A chamada na capa do principal veículo esportivo argentino dizia: “Sem vergonha: papelão mundial em Brasil x Argentina”.
O texto nomeia o episódio de “um dos maiores papelões do futebol mundial”. Segue dizendo que a interrupção é “incrível, mas real”. Afirma que nunca foi visto que durante a partida um oficial intervenha para suspender o jogo.
O diário destaca que, antes da partida, os jogadores argentinos já haviam avisado que “ou jogam todos os jogadores [incluídos os que deveriam ter feito quarentena e não fizeram], ou ou não joga ninguém.
Clarin (Argentina): escândalo
O jornal afirma que “um escândalo se iniciou aos 5 minutos da partida dentre Argentina e Brasil”.
Depois, escreve que “se acusavam os ‘quatro ingleses’ de ter falseado a declaração de entrada no país e omitir que vinham do Reino Unido”.
O veículo destaca depois comunicado da AFA (confederação argentina de futebol) pelo Twitter que lamenta o episódio e cobra uma solução da Fifa.
TV Globo (Brasil)
“Por que chegamos a esse ponto, de mostrar essa vergonha do futebol mundial?”, dizia o narrador Galvão Bueno da TV Globo durante a transmissão do jogo.
Antes da partida, o locutor já havia demonstrado irritação e subido o tom de voz. Ao lembrar que jogadores brasileiros deixaram de participar do jogo por conta de exigência de quarentena na volta ao Reino Unido, questionou, em tom indignado:
“Então por que que o jogador argentino pode vir da Inglaterra sem quarentena e a CBF, a confederação e o governo brasileiro, irresponsavelmente, permitem que eles joguem e não cumpram a quarentena?”
Mais tarde, ao entrevistar o diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres, afirmou que “vergonha mundial é a atitude da Argentina e a interferência indevida de dirigentes esportivos nisso”.
Diário de Notícias (Portugal)
O jornal destacou o caráter “insólito” da entrada dos oficiais da Anvisa em campo após o início da partida. A notícia ocupou a capa do site português, que mencionou “cenas incríveis“.
Corriere della Sera (Itália)
Um vídeo da interrupção do jogo entre os países ficou na capa do mais tradicional diário italiano.
O título: Brasil X Argentina é suspenso. Autoridades sanitárias barraram 4 argentinos que atuam na Premier League.
Guardian (Reino Unido)
O jornal colocou em sua chamada que as autoridades brasileiras tentaram invadiram o campo. Descreveu as cenas como “farsescas e confusas“.
El Espectador (Colômbia)
O destaque abaixo da manchete diz que as autoridades brasileiras querem expulsar os quatro jogadores argentinos que jogam na Inglaterra. Chama a alegação da Anvisa de “suposta irregularidade” e diz que foi uma “decisão polêmica”.
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