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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Mourão ganha respaldo do centro em caso de impeachment; Lira mira cassação da chapa no TSE

Por Matheus Lara e Alberto Bombig
Atualização:

O efeito colateral do golpismo de Jair Bolsonaro chegou rápido: Hamilton Mourão e Arthur Lira, ambos na linha de sucessão da Presidência, estão de antenas ligadas. Quem esteve com o vice diz que a paciência dele se esgotou e que ele estaria disposto a ir para o tudo ou nada contra Bolsonaro, mas sofre forte pressão do presidente. Lira também deixou a letargia rumo a uma eventual substituição de Bolsonaro: a partir de agora, o impeachment estará respaldado por parte da centro-direita, mas o presidente da Câmara mantém um olho no TSE.

Mourão e Lira em encontro em junho Foto: Luis Macedo/Ag. Câmara

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Mão... Tanto Lira (PP-AL) quanto Mourão se encontram diante de dois caminhos muito conhecidos nos bastidores de Brasília, porém inversamente atraentes para cada um deles.

...inversa. O vice pode chegar ao Planalto pela via do impeachment, que depende de Lira. O presidente da Câmara tem brechas para assumir o País se o TSE impugnar a chapa eleitoral de Bolsonaro-Mourão.

Cenários. Mourão recebeu informes de que terá apoio da centro-direita se Bolsonaro for afastado pelo Congresso. Lira foi avisado de que o processo no TSE está em estágio avançado, como mostrou o Estadão.

Cenários 2. Em conversa tensa ocorrida recentemente, o próprio Bolsonaro teria cobrado Mourão: disse que eles deveriam voltar a remar para o mesmo lado na radicalização porque podem ser cassados juntos.

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Como assim?! Depois dos atos do 7 de Setembro, no entanto, o vice teria ficado extremamente contrariado com o tom da coisa toda e a ideia lançada por Jair Bolsonaro de convocar o Conselho da República.

Xi... As "soluções Lira ou Mourão" não agradam a Lula e parte do PT, especialmente a do impeachment.

Sonho. O discurso de Bolsonaro deixou claro: adoraria adotar aqui o "modelo El Salvador" da aposentadoria compulsória de juízes.

SINAIS PARTICULARES. Jair Bolsonaro, presidente da República. Ilustração: Kleber Sales/Estadão  

Truco. O desafio imposto aos grupos de centro-direita é o de fazer no próximo domingo, 12, barulho pelo menos comparável às manifestações governistas.

Separados. Os organizadores sabem que não será fácil, já que os protestos não terão partidos da esquerda que apoiam a pré-candidatura de Lula.

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Juntos. A saída será atrair quem quer uma terceira via. João Amoêdo (Novo), Simone Tebet (MDB) e Alessandro Vieira (Cidadania) vão participar do ato.

Vez deles. O MBL promete retirar suas próprias bandeiras do caminhão de som quando representantes de outras frentes políticas estiverem discursando.

CLICK. Romário (PL-RJ) cantou vitória sobre amigos depois de partida de futevôlei no Rio. As redes não deixaram barato: 'Brasil pegando fogo e o senador numa boa'.  

Enquanto isso. Os atos governistas coroaram uma estratégia de comunicação vista como tentativa de emular o que aconteceu nos EUA sob Trump.

Além do 'zap'. A propaganda veio de mais frentes além das redes. Presidente e aliados usaram eventos, como a Cpac, e até pautas no Congresso para promover os atos.

Engrenagem. "Houve deslocamentos de discurso em busca de ressonância", diz o antropólogo Ronaldo de Almeida. "Começou com voto impresso, virou liberdade de expressão e, agora, seguindo a cartilha de Trump, o ataque às instituições a um ano da eleição."

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PRONTO, FALEI!

Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD

"Vamos criar uma comissão no PSD para que a gente se posicione. É consenso de que a temperatura continua se elevando", sobre eventual impeachment.

 Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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