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Aécio demonstra contrariedade com discussão sobre impeachment pelo PSDB

Jorge William

O anúncio de uma reunião da executiva do PSDB com o tema impeachment de Jair Bolsonaro caiu como uma bomba na bancada do PSDB na Câmara, que abriga deputados simpáticos ao governo.

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Aécio Neves, Geovania de Sá e Paulo Abi-Ackel foram alguns dos deputados que demonstraram contrariedade com a decisão do presidente da legenda, Bruno Araújo, de marcar a reunião nessa quarta-feira.

Em conversa pelo grupo de WhatsApp da bancada, eles consideraram "inoportuno" tornar o assunto público antes de uma conversa com os deputados, que votarão no processo de impeachment, caso ele seja aberto e avance no Congresso.

Escreveu um deles:

— Me pareceu precipitado falar OFICIALMENTE em impeachment no calor de manifestações que estão ocorrendo em ambiente de paz . De qualquer forma vamos manter a serenidade e amanhã em ambiente democrático como é nosso jeito de ser e de fazer política, vamos nos posicionar.

Outro respondeu que, ao saber da notícia, pensou se tratar de um "engano". E completou:

— Além de fazer isso no dia seguinte das manifestações, o que não me parece o mais oportuno, e principalmente, sem que a bancada discutisse o assunto, considero no mínimo uma desconsideração com aqueles que efetivamente teriam a responsabilidade de votar sobre o tema. Não quero entrar no mérito da decisão, mas fazer isso sem uma conversa prévia me parece apenas mais uma forma de expor desnecessariamente os companheiros.

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Aécio Neves encaminhou para os colegas, inclusive, pergunta de repórter sobre a sua posição ao seu assessor de imprensa, na tentativa de mostrar que já estava sendo cobrado a se manifestar sobre o tema.

Diante das reclamações, o líder do partido, Rodrigo de Castro, convocou uma reunião da bancada para essa quarta-feira. Um deputado defendeu a discussão:

— É nossa obrigação que defendemos a democracia, discutirmos mais sobre isso, nosso posicionamento diante das graves ameaças democráticas! Temos grande responsabilidade com nosso país! Não podemos subestimar o que está acontecendo, sob risco de omissão!

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Internamente, há críticas na bancada pelo alinhamento ao governo. Deputados mais independentes cobram que o partido discuta as propostas com mais "altivez", em vez de votar com o Palácio do Planalto.

Na conversa, houve quem tenha escancarado sua adesão ao governo. Escreveu um deles:

— Amigos me desculpem, mas o fim do PSDB será abraçar esse impeachment do Presidente Bolsonaro. Quero adiantar eu jamais votarei uma aberração dessa natureza. Sou 100 % Bolsonaro!

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