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Fiocruz alerta sobre aumento de casos de covid-19 no município do Rio

Pesquisadores da Fiocruz indicam que a capital e região metropolitana adiem retomada das atividades para conter o vírus - iStock
Pesquisadores da Fiocruz indicam que a capital e região metropolitana adiem retomada das atividades para conter o vírus Imagem: iStock

Colaboração para o UOL

31/08/2021 19h24

Um estudo da Fiocruz alerta para tendência de aumento de casos de covid-19 no município do Rio. A capital fluminense estaria, segundo a nota técnica dos pesquisadores do Observatório Covid-19, seguindo na direção contrária ao que tem sido observado em todo o Brasil.

"O município do Rio de Janeiro apresenta reversão da tendência de queda de casos, e o estado do Rio de Janeiro, por sua vez, apresenta oito municípios com taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 em 100%, reacendendo um sinal de alerta para a atual situação da pandemia na cidade", destacam os pesquisadores.

Por isso, indicam observar a série histórica para compreender a nova dinâmica da doença para que seja possível prever cenários e adotar medidas adequadas para impedir o crescimento de casos e de mortes. O documento foi publicado hoje e se refere a um levantamento da incidência e mortalidade causadas pela doença no período de 6 de março de 2020 a 21 de agosto de 2021.

As análises mais recentes do cenário da pandemia no país mostram uma queda de no número absoluto de casos e mortes. Mas no Rio, a situação é diferente.

Na comparação da primeira Semana Epidemiológica, em 2020, quando houve a notificação do primeiro caso na cidade, com a semana 33 de 2021, encerrada no último dia 21 de agosto, o levantamento mostrou interrupção na queda do número de casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) e sugere uma possível retomada do crescimento de pessoas com a doença nas últimas semanas.

A nota destaca, também, que esta fase da pandemia tem características semelhantes ao início do período, "quando havia intensa circulação do vírus e baixa adesão às medidas de distanciamento físico, com taxas de ocupação de leitos próximas a 100% em todos os estados brasileiros". Ressalta, ainda, que a explosão do número de casos pode estar relacionada a um atraso da notificação de casos maior que a de óbitos, o que revelaria "problemas do fluxo de investigação, notificação e desfecho dos casos, comprometendo a qualidade da vigilância".

Além disso, os pesquisadores salientam que, com o aumento da cobertura vacinal e a proteção gerada pelas vacinas, o aumento do número de casos não determina necessariamente aumento proporcional de óbitos.

Recomendações para contenção de casos

Para os pesquisadores, ainda é cedo para garantir que a queda de casos e mortes, observada pelo Brasil, será sustentada. Segundo eles, a situação do município do Rio serve de alerta para todo o país, uma vez que a pandemia ainda está longe de ser considerada controlada.

Também consideram que a circulação da variante delta, considerada mais transmissível, aliada a baixa cobertura vacinal e a baixa adesão ao distanciamento físico, favoreceram a rápida disseminação da doença na cidade.

Por isso, indicam que o município adie, por tempo indeterminado, o início do plano de retomada gradual das atividades. Reforçam, ainda, que as medidas sejam adotadas por toda a região metropolitana, chegando a uniformidade das medidas não farmacológicas e dos calendários de vacinação.