Saúde Medicina

Conass pede prioridade em dose de reforço a idosos e imunossuprimidos e mix de vacinas na falta de imunizante

Adolescentes sem doenças prévias devem ser contemplados após grupos vulneráveis
Aplicação da terceira dose da vacina para maiores de 95 anos na Casa Firjan Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Aplicação da terceira dose da vacina para maiores de 95 anos na Casa Firjan Foto: Gabriel de Paiva / Agência O Globo

BRASÍLIA — O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) enviou ofício ao Ministério da Saúde em que pede que o Ministério da Saúde dê prioridade à aplicação de terceira dose idosos a partir de 60 anos, sobretudo os que moram em lares institucionalizados, e pessoas imunossuprimidas ( com redução da capacidade de resposta do sistema imunológico) , isto é, com câncer, HIV ou que receberam transplante, por exemplo. O órgão solicitou, ainda, a redução do intervalo para a dose de reforço, de seis para cinco meses, em relação aos idosos.

O Ministério da Saúde prevê a dose de reforço apenas para quem tem mais de 70 anos.

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De acordo com o conselho, somente após o reforço de idosos deve ocorrer a imunização de jovens de 12 a 17 anos.  Locais como Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo já iniciaram a vacinação de adolescentes, que só tem autorização da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para receber doses de Pfizer.

Diante da escassez de segunda dose de AstraZeneca em diversos postos pelo país, o Conass também solicitou que o ministério autorize a intercambialidade de vacinas, isto é, um mix de doses. Nessa esteira, quem recebeu a primeira dose desse imunizante pode completar a imunização com a Pfizer.

“Entendemos que o momento exige unidade nacional nos atores tripartites e que a postura adequada para o momento é de buscar caminhos seguros e concretos para a plena cobertura vacinal da população brasileira”, diz o ofício encaminhado na segunda.

A cidade de São Paulo, por exemplo, na falta de vacinas da AstraZeneca começou a aplicar o imunizante da Pfizer para pessoas com a segunda dose atrasada na capital.

No entanto, o  ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defende que são necessários critérios na utilização de dois imunizantes diferentes no mesmo esquema vacinal.  Ele tem  criticado esquemas diferentes do que são adotados pelo Programa Nacional de Imunização (PNI).

Ao contrário da política de doses de reforço adotada no Brasil e em outros países,  cientistas de dez universidades, liderados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a FDA, agência reguladora de fármacos dos EUA, divulgaram ontem um artigo no qual afirmam que faltam evidências para justificar a aplicação da dose de reforço contra a Covid-19 neste  momento. O trabalho, publicado na revista britânica Lancet, sustenta que a imunização completa continua eficaz contra o vírus Sars-CoV-2.