Política

Executivo de operadora de planos de saúde acusada de estimular tratamento precoce não irá à CPI da Covid

Defesa de Pedro Benedito Batista Júnior, da Prevent Senior, afirmou que foi intimado apenas na tarde de quarta
Unidade da Prevent Senior em SP Foto: Divulgação
Unidade da Prevent Senior em SP Foto: Divulgação

BRASÍLIA - A defesa do diretor executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, informou à CPI da Covid que ele não vai prestar depoimento nesta quinta-feira. A justificativa foi a de que recebeu a intimação apenas na tarde de quarta-feira e não houve tempo hábil para ir à comissão. O depoimento, previsto para esta quinta-feira, foi marcado apenas na última quarta. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), o remarcou para a quarta da próxima semana.

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Na noite de quarta, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu a Pedro Benedito o direito de não responder perguntas que possam incriminá-lo , mas manteve a obrigação do executivo de comparecer ao depoimento.

A CPI quer investigar uma possível pressão da empresa para que os médicos conveniados prescrevessem medicamentos do chamado tratamento precoce para a covid-19, sem eficácia e segurança comprovada. Também houve denúncias de pacientes da operadora, que teriam sido assediados para aceitar o tratamento precoce.

— O depoente, através dos advogados, mandou um comunicado à CPI, com base no Código Penal, informando que deveria ter sido comunicado 48 horas antes, por isso não viria. Ele quer que se cumpram as 48 horas, mas, para solicitar ao Supremo para ficar calado, ele entrou. Ele foi lá no Supremo e conseguiu um habeas corpus com o ministro Lewandowski, que concedeu, em parte, o habeas corpus. Ele já tinha conhecimento desse habeas corpus desde ontem, porque ele tinha que comparecer. Então, ele teria tempo suficiente para ter comparecido aqui — criticou Omar Aziz na abertura da sessão da CPI.

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O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu a condução coercitiva para que o depoente possa depor.

— Vamos avaliar conversando com todos as providências que vamos pedir. Acho que devemos pedir sim sua condução coercitiva — disse Renan.

Durante a sessão, a CPI aprovou um requerimento pedindo informações ao Conselho Regional de Medicina (CRM) sobre a denúncia feita por um médico que disse estar sendo pressionado para prescrever tratamento precoce.