100 anos de Paulo Freire: políticos reagem ao centenário do educador

Governo silencia em seus canais oficiais nas redes. Bolsonaristas criticam legado do filósofo educacional

Paulo Freire em frente à Escola Estadual José Rufino, em 1993
Paulo Freire em 1993, em Angicos (RN), onde colocou em prática seu método de alfabetização
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Políticos de distintos espectros políticos reagiram neste domingo (19.set.2021) ao aniversário do educador e filósofo pernambucano Paulo Freire, que completaria 100 anos se estivesse vivo. Ele é o patrono da educação brasileira e considerado um dos estudiosos e pensadores mais importantes da pedagogia mundial.

Parte dos congressistas, ex-ministros e personagens da política celebraram a data e relembraram feitos do “Patrono da Educação Brasileira”, título recebido em 2012. Alguns deles são: Guilherme Boulos (Psol-SP), Tabata Amaral (PSB-SP), Marcelo Freixo (PSB-RJ) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A ala de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) critica, como costuma fazer, o legado de Paulo Freire. Segundo esses congressistas, integrantes e ex-integrantes do governo, o educador pernambucano é responsável por atuais índices negativos da educação brasileira. Foram às redes criticá-lo: Carla Zambelli (PSL-SP), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Bolsonaristas criticam, em maioria, a ação do Google de criar um Doodle comemorativo para Paulo Freire, que nasceu em 1921.

CENTENÁRIO

Maior filósofo brasileiro da educação, Paulo Freire é reconhecido nacional e internacionalmente, com títulos em 41 instituições de ensino, como nas universidades de Harvard, Cambridge e Oxford, no Reino Unido.

Nascido em Recife, no Pernambuco, Paulo Reglus Neves Freire é pesquisado até hoje em diferentes partes do mundo. Sua obra de maior destaque é o livro “Pedagogia do oprimido”, lançado em 1968. Nele, Freire propõe um novo formato na relação entre professor, estudante e sociedade.

O pernambucano defendia um tipo de contato no qual o professor deveria entender e se sensibilizar com a história e a formação dos estudantes. Além disso, Freire se destacou na defesa da alfabetização de adultos e do desenvolvimento do senso crítico. O estudioso morreu em 2 de maio de 1997, aos 75 anos, em São Paulo.

Com mais de 1 milhão de exemplares vendidos, é o 3º livro mais citado em trabalhos acadêmicos das ciências sociais em todo o mundo. No entanto, o método apresentado na obra não é unânime e gera discussões. Tornou-se alvo de críticas e hostilidade dos apoiadores bolsonaristas.

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