Nos últimos 5 anos, empresas de segurança perderam 12.555 armas de fogo

Foram, em média, 7 armas roubadas, furtadas ou perdidas por dia desde 2017

Arma de fogo, inclinada, sem o cartucho, na frente de munições
As armas das empresas de segurança privadas foram furtadas, roubadas ou extraviadas no período, segundo as notificações
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As empresas de segurança privada no Brasil já perderam 12.555 armas de fogo, de 2017 até 24 de agosto deste ano. Os dados são da PF (Polícia Federal) e foram obtidos pela Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas.

O número representa todas as armas roubadas, furtadas ou simplesmente perdidas no período.  Houve uma diminuição do número de ocorrências com o passar dos anos. Em 2020, os registros tiveram queda de cerca de 62% em comparação com 2017.

Ainda assim, apenas em 2021, até 24 de agosto, 692 armas já foram perdidas de alguma forma, segundo os dados oficiais. Quase 1/3 delas apenas no Estado de São Paulo.

A punição mais comum para a perda das armas de fogo foram multas. De 2016 a agosto deste ano a Polícia Federal aplicou multa em 17.146 casos, o que resultou em penalidade de R$ 43,6 milhões.

No período, 516 empresas tiveram o alvará de funcionamento cancelado como punição. Mas 4.829 casos foram arquivados. Os números consideram apenas os casos transitados em julgado, ou seja, concluídos.

A falta de segurança das empresas com o armamento se deu principalmente por furto ou roubo. Mas, nesses 5 anos, 1.465 armas de fogo foram simplesmente perdidas ou extraviadas, segundo os dados da PF.

Clique nos anos para ler a evolução das estatísticas:

Atualmente, existem 3.603 empresas de segurança atuando no Brasil. Juntas, elas têm um arsenal de 246.511 armas de fogo. A PF fiscaliza essas empresas ao menos uma vez por ano.

Além das armas em responsabilidade das empresas de segurança privada, o Brasil tinha 1,151 milhão de armas legais nas mãos de cidadãos civis em janeiro. Em julho, outro levantamento da Fiquem Sabendo indicou que 76.329 armas de fogo foram registradas no 1º semestre de 2021–alta de 67% em comparação ao mesmo período de 2020 e a maior taxa de crescimento em 13 anos.

Um decreto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de 2019 flexibilizou o acesso do cidadão comum a armas de fogo. Antes da medida, era necessário tentar justificar à polícia a necessidade do armamento, se a pessoa não fosse cadastradas como CAC (Caçador, Atirador ou Caçador).

Agora, basta a pessoa ser residente rural ou morar em Estados com índice de homicídios maior que 10 por 100 mil habitantes no Atlas da Violência de 2018 (que tem dados de 2016). Todos os Estados e o Distrito Federal entram na categoria.

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