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Veja com quem Queiroga se encontrou em Nova York antes de ser diagnosticado com Covid

Ministro da Saúde participou de reuniões com o premier britânico, Boris Johnson, e também se reuniu com diplomatas, executivos e pesquisadores
Em Nova York, ministro Marcelo Queiroga teve encontros com autoridades como o premier britânico Boris Johnson Foto: Arte O Globo
Em Nova York, ministro Marcelo Queiroga teve encontros com autoridades como o premier britânico Boris Johnson Foto: Arte O Globo

RIO — Antes de ter teste positivo para Covid-19 , na terça-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, cumpriu uma intensa agenda em Nova York como parte da comitiva levada pelo presidente Jair Bolsonaro para a Assembleia Geral da ONU . Encontrou-se com pesquisadores, executivos e diversas autoridades, entre elas o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.

Queiroga, cujo caso de Covid é o segundo confirmado na delegação brasileira , acompanhou Bolsonaro em seu discurso no plenário da Assembleia Geral. Ele, no entanto, não chegou a participar dos encontros de Bolsonaro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com o presidente polonês, Andrzej Duda, tendo apenas assistido a seus discursos.

Entre os integrantes da delegação brasileira estiveram também os ministros Gilson Machado, do Turismo; Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral; Joaquim Leite, da Saúde; o chanceler Carlos França e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães.

Na tarde de terça, horas antes de ser diagnosticado, Queiroga visitou o Memorial do 11 de Setembro com a comitiva presidencial, visita que provocou aglomeração de curiosos, seguranças, jornalistas e apoiadores de Bolsonaro. O ministro ficará de quarentena no luxuoso hotel em que a delegação brasileira estava hospedada em Manhattan, e a Anvisa recomendou que todos aqueles que estiveram na delegação façam quarentena ao chegarem no Brasil .

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Queiroga usou máscara em todos os eventos públicos de que participou nos EUA e já tomou as duas doses da vacina anti-Covid, que garantem forte proteção contra casos graves da doença.

Na segunda-feira, ele se reuniu com investidores nas dependências do consulado geral do Brasil, onde trabalham, de acordo com funcionários, cerca de 60 pessoas, entre servidores e contratados locais. Todos terão que fazer teste PCR para Covid-19. O consulado, que mantinha um esquema de revezamento entre os funcionários até recentemente, havia retomado as atividades de forma 100% presencial justamente na última segunda-feira.

Na segunda-feira à tarde, o ministro também fez parte da comitiva que Bolsonaro levou para se encontrar com Boris Johnson , no consulado geral do Reino Unido, e apertou a mão do premier. Na ocasião, o Boris elogiou a vacina sueco-britânica AstraZeneca e disse ter tomado as duas doses, o que levou o presidente brasileiro a responder, rindo, que ainda não havia se vacinado e que tinha forte imunidade por já ter contraído a doença — algo sobre que não há consenso científico.

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Boris, que estava sem máscara durante a reunião, viajou na terça-feira para Washington, onde se reuniu na Casa Branca com o presidente americano, Joe Biden, também já vacinado contra a Covid-19. De segunda para terça-feira, Biden pernoitou no mesmo hotel da delegação brasileira em Nova York e discursou logo após Bolsonaro na Assembleia Geral .

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, reuniu-se na terça com o chanceler Carlos França, enquanto o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, esteve com John Kerry, o enviado especial de Biden para o Clima. As duas autoridades brasileiras foram fotografadas em várias ocasiões com o ministro da Saúde.

Na segunda, Queiroga reuniu-se também com pesquisadores brasileiros que atuam nos EUA nas dependências da missão permanente do Brasil na ONU, encontro do qual a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também fez parte. Devido a esta reunião, os diplomatas e demais funcionários que atuam na missão, que ocupa dois andares de um prédio comercial fora das dependências das Nações Unidas, na Terceira Avenida, foram orientados a trabalhar remotamente até segunda ordem. Isso inclui as tratativas brasileiras nas plenárias que acontecem no âmbito da Assembleia Geral da ONU.

O ministro da Saúde também foi um dos convidados do jantar oferecido ao presidente Jair Bolsonaro na residência oficial do embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, na segunda. Antes, foi fotografado fazendo gestos obscenos para manifestantes contrários ao governo .

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Horas antes, ele havia almoçado, junto com a comitiva presidencial, em um puxadinho improvisado no lado de fora de uma unidade da churrascaria Fogo de Chão, já que Bolsonaro não pode entrar em salões fechados de restaurantes nova-iorquinos. Pela lei municipal da cidade, apenas pessoas que já tenham tomado ao menos a primera dose podem frequentar estes espaços, e os estabelecimentos que não cumprirem as regras ficam sujeitos à multa.

Por esta mesma razão, a escolha de jantar do presidente e de sua comitiva na noite de domingo foi tão comentada. O presidente e seus ministros optaram por comer de pé na calçada da Slice Pizza, uma pizzaria que não tem salão interno. Queiroga também fazia parte do grupo presente.