Por BBC


Vídeo foi publicado nas redes sociais na manhã de terça-feira — Foto: Darnella Frazier/BBC

A morte de um homem negro em Minnesota, nos Estados Unidos, causou uma onda de indignação depois da divulgação de um vídeo que mostra um policial branco ajoelhado no pescoço dele.

Nas imagens, colhidas na segunda-feira (25), o homem, identificado como George Floyd, de 40 anos, reclama e diz repetidamente: "Não consigo respirar".

Multidão protesta contra morte de homem negro pela polícia nos Estados Unidos

Multidão protesta contra morte de homem negro pela polícia nos Estados Unidos

Pouco depois, ele parece não se mexer, antes de ser colocado em uma maca e transferido para uma ambulância.

Manifestantes realizaram protesto na porta de delegacia de distrito em Minneapolis em que ocorreu morte de George Floyd — Foto: Stephen Maturen/Getty Images/Via BBC

O episódio lembra o que aconteceu com Eric Garner, um negro que morreu ao ser preso em 2014 em Nova York. Garner repetiu "Não consigo respirar" 11 vezes.

O FBI juntou-se à investigação dos eventos, informou o Departamento de Polícia de Minneapolis (MPD, na sigla em inglês) em comunicado na terça-feira.

O prefeito de Minneapolis descreveu o incidente como ´completa e absolutamente desastroso´. — Foto: AFP/Getty Images/Via BBC

Além disso, o prefeito de Minneapolis, Jacob Frey, disse no Twitter na segunda-feira que "quatro policiais do MPD envolvidos na morte de George Floyd foram demitidos".

O que aconteceu?

A polícia local disse em comunicado que Floyd morreu "após um incidente médico durante uma interação policial".

A polícia estava respondendo a uma chamada dizendo que um homem tentava usar cartões falsos em uma loja de conveniência.

Dois policiais localizaram o suspeito em um veículo. Segundo eles, ele "parecia estar intoxicado". Eles ordenaram que saísse do veículo, mas o homem resistiu, segundo a versão da polícia.

Polícia usou bombas de gás lacrimogênio contra manifestantes na terça-feira, em Minneapolis, que protestaram contra morte de George Floyd — Foto: Stephen Maturen/Getty Images/Via BBC

"Os policiais conseguiram algemar o suspeito e notaram que ele parecia estar sofrendo de problemas médicos", acrescentou o comunicado.

No vídeo de 10 minutos filmado por uma testemunha, um policial mantém Floyd no chão, que, a certa altura, diz: "Não me mate".

Testemunhas pedem ao policial que tire o joelho do pescoço do homem, observando que ele não estava se mexendo. Alguns dizem que "seu nariz está sangrando", enquanto outro pede: "Saia do pescoço dele".

A polícia disse que nenhuma arma foi usada durante o episódio e que as imagens das câmeras foram enviadas para o Departamento de Execução Penal de Minnesota, que também iniciou uma investigação.

Em declarações à imprensa norte-americana na terça-feira, a chefe da polícia de Minneapolis, Medaria Arradondo, disse que a política de uso da força "para colocar alguém sob controle" será revisada.

O FBI não comentou o caso.

'Não consigo respirar'

A frase "não consigo respirar", repetida por Eric Garner em 2014 antes de morrer, tornou-se um grito de guerra para ativistas que protestam contra brutalidade policial contra negros.

Garner, um negro desarmado, disse a frase 11 vezes após ser detido pela polícia por suspeita de vender ilegalmente cigarros soltos.

Foram as palavras finais do homem de 43 anos, depois que um policial aplicou uma chave de estrangulamento nele.

Um médico legista da cidade apontou que o estrangulamento contribuiu para a morte de Garner. O policial envolvido na prisão mortal de Garner foi demitido mais de cinco anos depois, em agosto de 2019.

Em entrevista coletiva na terça-feira, o prefeito descreveu o incidente como "completa e absolutamente desastroso".

"Acredito no que vi e o que vi está errado em todos os níveis", disse Frey. "Ser negro nos EUA não deveria ser uma sentença de morte."

A senadora do Minnesota Amy Klobuchar, que foi pré-candidata presidencial democrata nas primárias, divulgou um comunicado pedindo uma "investigação externa completa e abrangente".

"Justiça deve ser feita por esse homem e sua família, justiça por nossa comunidade, justiça por nosso país", afirmou.

Mulher é demitida depois de ato racista em Nova York

Mulher é demitida depois de ato racista em Nova York

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!