Política Eleições 2022

Kassab avisa Lula que PSD terá candidatura própria à Presidência

Ex-presidente faz rodada de reuniões com dirigentes partidários desde domingo em Brasília
Presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab Foto: Ruy Baron / 23-05-2018
Presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab Foto: Ruy Baron / 23-05-2018

BRASÍLIA — O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um encontro em Brasília, nesta terça-feira, que seu partido vai lançar candidatura própria à Presidência da República em 2022. Kassab se reuniu com Lula a convite do petista, mas declinou de formar aliança para caminhar com o PT rumo ao Palácio do Planalto.

— Avisei ao ex-presidente que o partido fez um convite a Rodrigo Pacheco (presidente do Senado) para ser o candidato do PSD à presidência e que espero que ele (Rodrigo) aceite o convite — disse Kassab ao GLOBO.

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Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco está filiado ao DEM de Minas Gerais, mas migrar para o PSD de Kassab para se candidatar como terceira via à polarização de Lula com o presidente Jair Bolsonaro. Pacheco também é cobiçado como opção para o próprio DEM, que fará uma fusão com o PSL e terá mais tempo de televisão e mais dinheiro do fundo eleitoral para as eleiçõs.

Desde domingo em Brasília, Lula vem se reunindo com políticos de diferentes partidos num movimento de construção da sua pré-candidatura. Nesta terça-feira, o petista também esteve com líderes partidários do PSB, do PROS e do PSol.

Aos dirigentes, Lula repetiu o mesmo discurso que fez com a bancada da Câmara e do Senado de que precisa eleger uma bancada aliada forte no Congresso em 2022 para conseguir aprovar propostas de fôlego econômico e investir em programas sociais para "acabar com a fome".

O ex-presidente tem demonstrado muita preocupação com a distribuição de emendas do relator, o chamado orçamento paralelo. Na avaliação de Lula, essas emendas vão deixar a disputa ao Congresso desigual uma vez que os parlamentares que apoiam o governo podem receber mais recursos para injetar nos estados que os parlamentares da oposição. Lula tem tratado como “um escândalo” a liberação desses recursos pelo governo.

À bancada do PSB, nesta terça-feira, Lula considerou o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) como candidato “preferencial” ao governo do Rio de Janeiro. O ex-presidente disse que pretende procurar o prefeito Eduardo Paes (DEM) para construir acordos no Estado. Os deputados saíram com a impressão de que as conversas ainda estão na fase preliminar de costura, sem p petista cravar quem o PT apoiará nos estados.

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Na conversa com o presidente do PSol, Juliano Medeiros, Lula traçou passos que considera importante para derrotar Bolsonaro nas urnas. Primeiro ponto combinado no encontro foi de manter as mobilizações de rua pelo impeachment de Bolsonaro. Depois, o petista falou em buscar a unidade das forças de oposição e construir um programa para superar a crise política, econômica e social que o País enfrenta com a pandemia de Covid-19.

Nesta quarta-feira, o petista vai jantar com caciques do MDB na residência do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE) na quarta-feira. Entre os convidados estará o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, aliado do presidente Jair Bolsonaro, além do ex-presidente José Sarney, dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e dos ex-senadores Edison Lobão (MDB-MA) e Romero Jucá (MDB-RR).