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Criador de The Sims lança videogame usando memórias de jogadores, inteligência artificial e blockchain

Players usarão suas lembranças para constuir seu próprio conteúdo
Will Wright criou novo videogame de realidade virtaul, o Proxi, a ser lançado em neste outono. Foto: Reprodução
Will Wright criou novo videogame de realidade virtaul, o Proxi, a ser lançado em neste outono. Foto: Reprodução

O lendário designer de jogos Will Wright, criador do videogame The Sims, de simulação de vida real, está lançando um novo título em que os jogadores encontram sua identidade interior e está usando inteligência artificial e o blockchain para isso.

A Will Wright’s Gallium Studios fez uma parceria com a plataforma de jogos de blockchain Forte Labs Inc. para desenvolver o novo jogo, chamado Proxi, que permitirá aos jogadores criar e possuir seu próprio conteúdo.

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O objetivo é a autodescoberta, entender o que se passa no subconsciente da pessoa ao confeccionar o jogo em si.

Os jogadores criam uma memória e a visualizam com desenhos 3D, áudio e fotos. A memória, representada por uma bola de neve, serve para produzir o mundo e, finalmente, uma mente.

Proxi se baseia em informações sobre como os jogadores escolhem organizar suas memórias para informá-las sobre como o jogador pensa e o que os torna únicos. O jogo constrói um mapa conceitual sobre como o jogador se associa a todas as coisas em sua vida. A partir disso, um Proxi ganha vida e pode interagir com outros Proxis.

Wright disse acreditar que as pessoas são suas memórias e que lidar com isso em um jogo é uma ideia um tanto assustadora.

—  Acho que a autodescoberta é assustadora —  disse Wright. —  Aprender sobre o mundo não é tão assustador quanto aprender sobre si mesmo.

Em Proxi, o jogador é forçado a começar com um espaço em branco e preenchê-lo com lembranças. E como os usuários estão criando memórias pessoais no jogo, Wright achou que era importante que houvesse a devida propriedade. Ele também aproveitou os extensos fóruns online de criadores de Sims para trabalhar ao lado dos desenvolvedores de jogos que faziam os objetos em Proxi e queria ter certeza de que eles também seriam pagos por seu trabalho.

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Assim Wright está construindo um jogo metade com a equipe Gallium e metade com a própria comunidade de criadores.

E isso não seria possível sem o blockchain, segundo Kaiser Hwang, vice-presidente de criatividade e comunidade da Forte.

É que a empresa sediada em San Francisco fornece a infraestrutura de blockchain para videogames —  carteiras de criptomoedas e uma variedade de NFTs (tokens não fungíveis, criptoativos colecionáveis exclusivos), e lida com os aspectos legais e regulamentares.

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Em Proxi, o blockchain dá aos jogadores a propriedade de suas memórias e aos criadores de conteúdo um caminho para ganhar dinheiro com este trabalho.

Uma vez que o conteúdo do Proxi se destina a ser intensamente pessoal —  um respingo da mente interior de uma pessoa em uma tela —   o controle de segurança é fundamental. O blockchain também ajuda a proteger os jogadores da pirataria e impõe algum tipo de ordem à propriedade.

Se alguém criar algo no jogo, ele o possuirá como NFT. As memórias de uma pessoa, ou "globo de neve", serão um NFT, por exemplo. Mas praticamente tudo no Proxi pode ser um NFT e um mercado interno do jogo realizará transações, onde os jogadores podem negociar ou usar dólares americanos para comprar NFTs.

A invenção dos NFTs, frequentemente associados à arte digital, também criou novas possibilidades no mundo dos jogos. Esses tokens são um tipo de criptomoeda, semelhante ao Bitcoin, mas cada um é único e não pode ser substituído ou replicado. No mundo online, onde qualquer pessoa pode replicar imagens em número infinito de vezes, os NFTs permitem que os artistas criem um selo de propriedade. Com a propriedade vem o valor.

A primeira versão do Proxi incluirá apenas NFTs criados pelos desenvolvedores do jogo na Gallium. O jogo deve ser lançado neste outono.