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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Com governo sem rumo, terceira via se transforma em pesadelo de Bolsonaro

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Por Matheus Lara e Alberto Bombig
Atualização:

Presidente Jair Bolsonaro. FOTO: EVARISTO SA/AFP  

Alvo frequente dos ataques da esquerda, a chamada terceira via agora habita os piores pesadelos de Jair Bolsonaro. Em processo constante de encolhimento nas pesquisas de avaliação e de intenção de voto, o presidente sabe que o surgimento de uma alternativa consistente de centro-direita pode tirá-lo do segundo turno em 2022. Portanto, o raciocínio inverso motiva Bolsonaro e sua turma: sem esse candidato, o entorno do presidente acha que, a partir de meados do ano que vem, com a disputa aberta e polarizada, ele atrairá a faixa anti-PT do eleitorado, mesmo sem ter sido obrigado a fazer grandes inflexões rumo à racionalidade, como, por exemplo, tomar a vacina contra a covid-19...

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AH, NÃO... A mesma turma que passou tempos falando em moderação do presidente (e que terminou desmoralizada com a radicalização do 7 de Setembro) agora voltou à carga para tentar inventar um "Bolsonaro de centro".

...DE NOVO? Porém, integrantes mais lúcidos do Planalto acham que o caminho de Bolsonaro será continuar fidelizando o apoio radical e apostando na incompetência do centro.

NA REAL. Senão, vejamos: com o País repleto de problemas urgentes e reais, o que fez Bolsonaro na semana passada? Avisou que não tomará a vacina contra a covid-19 e vetou uma homenagem a Jango. Os radicais foram ao delírio.

PS. Importante não confundir: a trégua de Bolsonaro com o STF não envolve eleições.

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NA VEIA. O pesadelo de Lula quanto à terceira via foi traduzido por Roberto Setúbal em ótima entrevista ao Estadão: "se um candidato da terceira via chegar ao segundo turno, as chances de ganhar são muito grandes", disse o banqueiro.

CONFLITO. Segundo levantamento da UnB, conduzido por Raphael Cittadino, do Instituto de Estudos Legislativos e Políticas Públicas, já foram apresentados 1.188 projetos de decretos legislativos (PDLs) no Congresso contestando decretos de Jair Bolsonaro: 174 no Senado e 1.014 na Câmara.

CONFLITO 2. A título de comparação, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, quase três anos depois da posse da então presidente, foram 119 PDLs contrários aos decretos dela. Mesmo no segundo mandato de Dilma, quando ela estava em guerra aberta com o Congresso, foram 229 PDLs.

CONFLITO 3. "O governo Bolsonaro é ponto fora da curva que revela o alto grau de conflito político existente nesse governo, em que tal medida foi acionada com mais do que o quíntuplo de frequência do que em governos anteriores", afirma Cittadino, cientista político.

AÇÃO. A campanha #TemGenteComFome contou com a ajuda de artistas como Gilberto Gil, Elza Soares e Zeca Pagodinho para arrecadar ao menos R$ 18 milhões em doações durante seis meses.

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SINAIS PARTICULARESGilberto Gil, cantor, compositor e ex-ministro da Cultura

ILUSTRAÇÃO: KLEBER SALES/ESTADÃO  

CLICKA ex-senadora Ana Amélia (PP), secretária de Relações Federativas do RS, levou um vaso de hortênsias para a irmã Evani, em Carazinho, "que faz "maravilhas no forno e fogão".

FOTO: COLUNA DO ESTADÃO  

PRONTO, FALEI

Lenio Luiz Streck, ex-procurador de Justiça: "Dallagnol, como garoto-propaganda contra a PEC 5, acaba afundando o produto. O CNMP transferiu o julgamento dele 42 vezes. Isso que é impunidade plus."

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