Política

Doria diz que governo é 'refém do Congresso' e promete acabar com as 'emendas de relator'

Em São Paulo, gestão do paulista é questionada pelo pagamento de 'emendas voluntárias' sem transparência
Doria diz que governo é 'refém do Congresso' e promete acabar com as 'emendas de relator' Foto: Guito Moreto / Agência O Globo
Doria diz que governo é 'refém do Congresso' e promete acabar com as 'emendas de relator' Foto: Guito Moreto / Agência O Globo

SÃO PAULO — Candidato nas prévias presidenciais do PSDB, o governador João Doria afirmou nesta terça-feira que, caso seja eleito, pretende acabar com as chamadas "emendas do relator" no Congresso Nacional. Doria participou do primeiro debate entre os pré-candidatos do PSDB com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o ex-prefeito Arthur Virgílio, promovido nesta terça-feira pelos jornais o GLOBO e Valor.

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O mecanismo das emendas deflagrou uma crise em torno do Orçamento de 2021 e escancarou o superpoder que o relator-geral da proposta orçamentária tem desde o ano passado. Sozinho, o relator do Orçamento de 2021, o senador Márcio Bittar (MDB-PE), indicou R$ 29 bilhões em emendas — recursos que agora estão na mira do Ministério da Economia.

Assista à integra do debate

Doria disse ainda que o atual governo é “refém do Congresso” e defendeu a independência dos três Poderes.

— Quem manda no Orçamento do governo é o presidente da Câmara. E a gente nunca fez isso na história política do Brasil, exceto agora no governo Bolsonaro — disse Doria durante debate das primárias tucanas organizado pelos jornais GLOBO e Valor.

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A gestão de Doria em São Paulo, no entanto, é alvo de questionamentos de opositores pelo pagamento de cerca de R$ 1 bilhão em "emendas voluntárias", sem que os detalhes fossem publicados no portal de transparência. A modalidade de pagamento não é a mesma das emendas impositivas.

Questionado por que o desenvolvimento da Coronavac não reverteu em popularidade nas pesquisas, Doria disse que a população ainda não está voltada para as eleições do ano que vem. De acordo com o governador, "as pessoas vão sentir o esforço que São Paulo" fez durante a pandemia.

— Exatamente por esse enfrentamento, que não foi só meu, mas de outros governadores, mas especialmente São Paulo, que foi o primeiro governo a fazer o enfrentamento ao negacionismo de Bolsonaro. Eu tomei a frente, mesmo sabendo que poderia implicar em perda de popularidade. São Paulo foi o primeiro a decretar quarentena, uso de máscara e trouxe a vacina, que brigou pela vacina, que entrou no STF para garantir que ela pudesse ser aplicada e foi, em janeiro, contrariando o ministro Eduardo Pazuello, que pretendia vacinar em abril.

E acrescentou:

— As pessoas vão sentir que o esforço que fizemos foi para salvar vidas, empregos, oportunidades e renda. As eleições ainda não estão no coração dos brasileiros. A parir do ano que vem, aí sim.