Por g1 — Brasília


Flávio diz que Bolsonaro receberia anúncio de indiciamento com gargalhada

Flávio diz que Bolsonaro receberia anúncio de indiciamento com gargalhada

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) afirmou nesta quarta-feira (20) que o pai dele, o presidente Jair Bolsonaro, daria uma gargalhada como reação ao relatório final da CPI da Covid. O documento atribui nove crimes ao presidente da República e também pede indiciamento dos três filhos parlamentares.

Ao fim da sessão da CPI desta quarta, Flávio foi questionado por uma repórter sobre a reação de Jair Bolsonaro frente a essas acusações. Em resposta, o senador imitou a gargalhada do pai (veja vídeo acima).

"Olha, eu acho que ele receberia [as acusações] da seguinte forma, você conhece aquela gargalhada dele? [Gargalha] Porque não tem o que fazer de diferente disso. É uma piada de muito mau gosto", declarou.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), leu o documento final dos trabalhos na sessão desta quarta. O texto deve ser votado na próxima terça-feira (26). Veja detalhes no vídeo abaixo:

CPI da Covid: relator pede o indiciamento de Bolsonaro e mais 65 pessoas e 2 empresas

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O relatório pede 68 indiciamentos, entre pessoas físicas e empresas. No caso de Jair Bolsonaro, o relator cita os seguintes crimes:

  • epidemia com resultado morte;
  • infração de medida sanitária preventiva;
  • charlatanismo;
  • incitação ao crime;
  • falsificação de documento particular;
  • emprego irregular de verbas públicas;
  • prevaricação;
  • crimes contra a humanidade;
  • crimes de responsabilidade (violação de direito social e incompatibilidade com dignidade, honra e decoro do cargo)

Inicialmente, o relatório pediria indiciamento de Bolsonaro também pelos crimes de homicídio e genocídio indígena. Na noite desta terça, a cúpula da CPI decidiu excluir essas acusações, que eram um dos pontos de divergência entre Renan e os colegas.

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Três filhos do presidente, ministros, ex-ministros, deputados federais e empresários também estão na lista dos pedidos de indiciamento.

O relatório vai deve ser votado na CPI na semana que vem mas, na prática, a comissão não tem o poder de indiciar ninguém. Os pedidos de indiciamento serão enviados aos órgãos competentes, como o Ministério Público dos estados, a Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal.

Presidente da CPI contesta

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), rebateu nesta quarta a declaração de Flávio Bolsonaro sobre a possível gargalhada do pai.

"O presidente deu gargalhada da falta de ar, o presidente deu gargalhada quando mandou a mãe comprar vacina. Presidente, a gente tem respeito pelo cargo de Vossa Excelência, Vossa Excelência é a maior autoridade deste país. Tenha certeza de que nós não vamos permitir que nenhum cidadão, seja a autoridade que for, ache que pode engavetar este relatório", disse Aziz.

"Presidente, o país precisa de afeto, e as imputações que estão sendo feitas contra a sua administração e sua pessoa são muito sérias. Rir, nesse momento, não creio que seja uma risada de alivio. Pelo contrário, a sua risada é de temor, porque a justiça vem - vem pelos homens e vem pela justiça divina", prosseguiu.

'Vinte crimes'

Após a sessão da CPI, Flávio Bolsonaro fez uma transmissão em redes sociais para contestar os indiciamentos contra si e contra Jair Bolsonaro listados no relatório da comissão.

"O senhor [Renan] teve uma alucinação. Não suba nos caixões de mais de 600 mil pessoas para tentar antecipar a eleição de 2022", disse o parlamentar.

"Essa CPI foi o maior atestado de idoneidade do governo Bolsonaro. Toda essa devassa e nada, absolutamente nada, foi encontrado com relação à corrupção ou mau uso do dinheiro público na pandemia. Eles acusam o presidente Bolsonaro de corrupção por causa de uma vacina que não foi comprada. Esse é o maior escândalo. Um escândalo que não houve", acrescentou Flavio.

O senador do Patriota também listou 20 crimes que acredita que Renan cometeu durante os trabalhos da CPI. Entre os quais, estão:

  • seis crimes previstos na lei de abuso de autoridade;
  • desrespeito a prerrogativas de advogados;
  • calúnia, injúria e difamação;
  • perseguição;
  • estelionato;
  • denunciação caluniosa;
  • fraude processual.

Flavio Bolsonaro disse ainda que encaminhará uma denúncia ao Ministério Público para que o órgão avalie as condutas de Renan Calheiros. E, em tom de ironia, sugeriu que o relator da CPI alegue "incapacidade mental" para se defender das acusações.

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