Política CPI da Covid

Omar Aziz nega pedido de senador para não indiciar Bolsonaro: 'Ninguém está acima da lei'; vídeo

Relatório final da comissão pede o indiciamento do presidente por dez crimes
Presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado
Presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

RIO — O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), rejeitou nesta quarta-feira uma questão de ordem apresentada pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), que tentava impedir a recomendação de indiciamento do presidente Jair Bolsonaro. No relatório final divulgado hoje, a comissão pediu o indiciamento do chefe do Executivo por dez crimes.

Presidente da comissão diz que seria 'um contrassenso' não julgar o chefe do poder Executivo, em resposta ao senador Marcos Rogério. 'Ninguém está acima da lei', disse Omar Aziz ao senador da base do Governo.
Presidente da comissão diz que seria 'um contrassenso' não julgar o chefe do poder Executivo, em resposta ao senador Marcos Rogério. 'Ninguém está acima da lei', disse Omar Aziz ao senador da base do Governo.

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Entre os crimes associados a Bolsonaro, estão epidemia com resultado de morte e crimes contra a humanidade, nas modalidades extermínio, perseguição e outros atos desumanos. É a primeira vez na história que uma comissão parlamentar aponta uma lista de crimes tão extensa atribuída a um presidente da República.

Na tentativa de blindar Bolsonaro, o vice-líder do governo, o senador Marcos Rogério, apresentou questão de ordem para tentar impedir a recomendação de indiciamento contra o presidente na esfera penal. Segundo alegou o parlamentar, o presidente da República não pode nem mesmo ser convocado pela comissão para prestar esclarecimentos.

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— Se esse colegiado não tem competência sequer para ouvir o presidente da República, obviamente não pode indiciá-lo, imputar a ele a prática de infração — disse Marcos Rogério.

Leia aqui a ÍNTEGRA DO RELATÓRIO FINAL DA CPI DA COVID .

A reação do senador Omar Aziz foi enfática, ao rejeitar imediatamente o pedido. Segundo ele, embora Bolsonaro não possa, de fato, ser convocado, isso não significa “que as condutas não podem ser depuradas”.

— Quem comete crime tem que ser indiciado e investigado. Nenhum cidadão está acima da lei, e isso vale também para o presidente Jair Messias Bolsonaro. E o presidente será investigado. O presidente cometeu muitos crimes e vai pagar por eles — afirmou o presidente do colegiado.