Bolsonaro visita cidade onde seu bisavô nasceu e não vai à abertura da COP26

Presidente passou 3 dias em Roma; visita Anguillara Vêneta e, à tarde, Pádua, na Itália

Jair Bolsonaro em entrevista, depois de participar do G20, em Roma
O presidente Bolsonaro em entrevista para o canal italiano Sky TG24, em Roma; nesta 2ª, visita Anguillara Vêneta e Pádua
Copyright Alan Santos/Presidência da República - 31.out.2021

O presidente Jair Bolsonaro visita nesta 2ª feira (1º.nov.2021) o município de Anguillara Vêneta, na região norte da Itália, depois de participar da cúpula do G20, em Roma. Segundo o chefe do Executivo, seu bisavô paterno nasceu na cidade.

Em vídeo transmitido pelas páginas oficiais do presidente, é possível ver um grupo de apoiadores brasileiros que o aguardava em Anguilarra. Bolsonaro os cumprimentou e falou, emocionado, rapidamente sobre seus antepassados.

No município, o presidente receberá da prefeita de extrema-direita Alessandra Buoso o título de cidadão honorário do município. Com polêmica, a honraria foi aprovada pela assembleia municipal. Bolsonaro deverá almoçar com Buoso e com familiares distantes. Também deve conhecer registros civis de seus antepassados italianos.

À tarde, o presidente seguirá para Pádua, a 36 quilômetros de Anguillara. Lá, visitará a Basília de Santo Antônio de Pádua.

PRESIDENTE FAZ TURISMO

Assim como em Roma, Bolsonaro opta, nos dias que visita a Europa, por valorizar uma agenda de turismo em vez de contatos bilaterais com chefes de Estado.

Nesta 2ª feira, acontece em Glasgow, na Escócia, a abertura da cúpula de líderes da COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas). Bolsonaro não participa. Enviou ministros representantes e vídeo gravado com duração de 5 minutos.

A participação do presidente na reunião de líderes do G20 apontou a dificuldade do Itamaraty em montar uma agenda paralela substancial. Outros chefes de governo exploraram melhor o tempo dispensado em Roma para impulsionar questões bilaterais e regionais.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e Angela Merkel, chanceler da Alemanha, aproveitaram a ocasião. Conseguiram reduzir as travas ao comércio de aço no sábado (30.out). No mesmo dia, incluindo na conversa Emmanuel Macron, da França, e Boris Johnson, do Reino Unido, concordaram em retomar as negociações do acordo nuclear com o Irã de 2015.

“Não tem jeito. Ele não se comunica, não sabe conversar com outros líderes. Fiquei triste. É uma vergonha”, afirmou o embaixador Rubens Barbosa, presidente do IRICE (Instituto de relações Internacionais e Comércio exterior), que chefiou as representações do Brasil em Washington e Londres.

Fora do Centro de Convenções La Nuvola, onde o G20 se reuniu até hoje, o presidente Posou para fotos, foi para pizzaria perto da embaixada e cumprimentou  os apoiadores brasileiros que encontrou em seus passeios turísticos pelo centro de Roma.

Ouviu também “fora Bolsonaro”, “genocida” e outros refrões que já conhece de suas viagens internacionais anteriores –como a para Nova York, onde participou da abertura dos trabalhos da Assembleia Geral das Nações Unidas. Em sua caminhada em Roma, foi até a Praça de São Pedro, mas não entrou na basílica que sedia o catolicismo, no Vaticano.

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