Topo

Esse conteúdo é antigo

Sem se vacinar, Bolsonaro exalta imunização em discurso no G20

Bolsonaro no Centro de Conferências de Roma para a cúpula do G20 - Alan Santos/PR
Bolsonaro no Centro de Conferências de Roma para a cúpula do G20 Imagem: Alan Santos/PR

Rafael Neves

Do UOL, em Brasília

30/10/2021 14h21Atualizada em 30/10/2021 14h28

Único líder do G20 não vacinado contra a covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu hoje o combate à pandemia como prioridade global aos líderes do bloco, que reúne as maiores economias do planeta.

Em discurso proferido na cúpula do grupo, em Roma, Bolsonaro afirmou que o Brasil "se comprometeu com um programa extensivo e eficiente de vacinação, em paralelo a uma agenda de auxílio emergencial e preservação do emprego para a proteção dos mais vulneráveis".

O presidente também deu números da vacinação no país, que ressaltou estar ocorrendo "de forma voluntária". Nos últimos meses, Bolsonaro tem afirmado repetidas vezes não ter se imunizado, mas a informação oficial não está disponível porque o governo impôs sigilo de 100 anos sobre o cartão de vacinação dele.

Na cúpula do G20, Bolsonaro encerrou a fala conclamando os membros do bloco a garantirem imunizantes e outros insumos a nações externas ao bloco.

"Para o Brasil, os esforços do G20 deveriam concentrar-se no combate à atual pandemia, que continua a assolar muitos países. Entendemos, portanto, caber ao G20 esforços adicionais pela produção de vacinas, medicamentos e tratamentos nos países em desenvolvimento", discursou Bolsonaro.

Economia

No discurso, Bolsonaro também classificou como "histórico" um acordo de tributação internacional firmado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), anunciado no dia 8 de outubro.

Com a adesão de 136 países, o documento prevê a cobrança de um imposto mínimo global de 15% de empresas multinacionais a partir de 2023. "É também uma contribuição significativa para a sustentabilidade fiscal e econômica", disse Bolsonaro sobre o acordo, que é apoiado pelo G20.

Bolsonaro declarou também que o país tem compromisso "com uma agenda de reformas estruturantes". Em entrevista transmitida no último dia 28, porém, o presidente havia mostrado pessimismo com o futuro das pautas do governo no Congresso.

"Essas reformas têm que acontecer no primeiro ano de cada governo. E já estamos praticamente terminando o terceiro ano. Se não aprovar esse ano, no ano que vem pode esquecer", afirmou na ocasião.

Já no G20, Bolsonaro tentou exaltar não apenas as reformas, mas também o setor de infraestrutura, vitrine frequente do governo nas redes sociais. "Conseguimos atrair um volume superior a US$ 110 bilhões em investimentos nos setores de infraestrutura e temos a expectativa de alcançar valores ainda superiores até 2022", projetou.