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CORRIDA AO PLANALTO

O maior inimigo de Bolsonaro é ele mesmo

Jair Bolsonaro

A nova pesquisa do Ibope trouxe duas notícias para Jair Bolsonaro. A primeira é boa: ele se consolidou como o grande beneficiário da prisão de Lula. Com o veto judicial ao ex-presidente, o capitão marcha sozinho na liderança. Ele tem 22% das intenções de voto. É quase o dobro de Marina Silva e Ciro Gomes, que dividem o segundo lugar com 12%.

A outra notícia é desanimadora para Bolsonaro: a sua rejeição disparou. Há duas semanas, quando Lula ainda aparecia na pesquisa, 37% dos entrevistados rechaçavam o capitão. Agora o índice chegou aos 44%. Para cada eleitor disposto a votar no candidato do PSL, há outros dois que não admitem votar nele de jeito nenhum. Isso significa que o maior inimigo de Bolsonaro passou a ser ele mesmo.

Nas simulações de segundo turno, o capitão perde de lavada para quase todos os adversários. Se a eleição fosse hoje, Ciro, Marina ou Alckmin o venceriam com facilidade. Bolsonaro só aparece em empate técnico com Fernando Haddad, que ainda não começou a fazer campanha como cabeça de chapa. O petista ostenta uma vantagem: sua rejeição é de 26%.

A repulsa a Bolsonaro cresceu com o bombardeio de Alckmin. O capitão, que gosta de simular tiros com os dedos, tem sido fuzilado a cada comercial do adversário. É uma guerra assimétrica. O tucano é dono de um latifúndio no horário eleitoral. O candidato do nanico PSL mal aparece na TV.

A má notícia para Alckmin é que sua campanha continua empacada. Ele oscilou positivamente, mas segue na casa de um dígito. O único candidato a subir acima da margem de erro foi Ciro, o que indica que o PT já demorou demais a admitir que seu candidato será Haddad. Agora é preciso observar os efeitos da campanha petista para colar o ex-prefeito ao padrinho.

Para não dizer que tudo são espinhos para os tucanos, Alckmin terminou o dia com um presente inesperado. Michel Temer ressurgiu das cinzas e divulgou um vídeo com ataques ao ex-governador. O marqueteiro do PSDB é competente, mas não poderia bolar uma propaganda melhor.

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