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PEC dos Precatórios: PDT decide vitória do governo Bolsonaro e vira alvo da esquerda. PSDB, PSD e Podemos também votaram a favor

Partido de Ciro Gomes deu 15 votos a favor da emenda constitucional e apenas 6 se posicionaram contra; na saída, pedetistas se desentenderam
O deputado André Figueiredo (PDT-CE), ex-líder do partido, votou a favor da PEC: desentendimento Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados/13-12-2016
O deputado André Figueiredo (PDT-CE), ex-líder do partido, votou a favor da PEC: desentendimento Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados/13-12-2016

BRASÍLIA - Decisivo para a vitória do governo na madrugada desta quinta-feira na votação da PEC dos Precatórios , o PDT, do presidenciável Ciro Gomes,  contribuiu com 15 fundamentais votos a favor do Palácio do Planalto. Apenas seis parlamentares da legenda apertaram o "não" à emenda constitucional. Com o resultado, Ciro afirmou na manhã desta quinta-feira que vai deixar sua pré-candidatura "em suspenso" por causa da postura da bancada do partido na votação.

O texto principal da PEC foi aprovado em primeiro turno com 312 votos a favor, apenas quatro a mais que o mínimo necessário, que são 308 adesões. Mas, além do PDT, outros partidos que buscam ocupar espaço na terceira viatambém votaram a favor da PEC que abre espaço para o presidente Bolsonaro mudar o teto de gastos e dar auxílio de R$ 400 no ano eleitoral. Deputados de PSDB, PSD e Podemos, que também tentam construir uma candidatura de terceira via, ajudaram governo a aprovar a PEC dos Precatórios na votação em primeiro turno.

A decisão em segundo turno está prevista para hoje ou terça-feira.

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O partido foi convencido durante o final da tarde de ontem a votar a favor e pesou um acordo feito com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que irá colocar para votar um projeto de lei que destina aos professores 60% do que a categoria tem direito dessas dívidas, mas que será escalonada em três anos.

Após a votação, dois parlamentares do PDT bateram boca na saída do plenário, cena testemunhada pelo GLOBO. Paulo Ramos (RJ), que foi contrário à PEC,  saiu gritando com André Figueiredo (CE), ex-líder do partido, que votou a favor da PEC.

— Que vergonha — gritava Ramos para Figueiredo.

— Ah, tá certo. Você que é puxadinho da esquerda — rebateu Figueiredo.

— Quero ver agora o Ciro Gomes defender isso (a aprovação da PEC) na campanha, no palanque — afirmou Ramos.

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O papel crucial do PDT na vitória do governo foi alvo de ataques da esquerda. A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), logo após conhecido o resultado, foi para as redes sociais e lamentou a posição do partido fundado por Leonel Brizola.

Partidos de oposição que votaram a favor

"Vitória de Pirro. É assim o resultado da vitória do governo na PEC do Calote, por apenas 4 (votos). E só ganharam porque meus amigos do PDT votaram com Bolsonaro" - provocou a deputada comunista nas redes.

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O PDT não foi o único partido da oposição a votar a favor do PEC. No PSB foram 21 votos contra a emenda e 10 a favor do texto.

Nas redes, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, um dos principais articuladores do governo nessa votação, comemorou a aprovação da PEC em primeiro turno, com ataques ao PT.

"Nunca pensei que chegaria o dia em que veria o PT votar contra um auxílio aos 20 milhões brasileiros vítimas da fome. Vergonha alheia" - postou Nogueira

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Arthur Lira, após a votação, comemorou o resultado e afirmou que o placar apertado "é do jogo". Antes da votação do mérito, foram dois placares de 307 votos contrários a retirada da proposta.

- Tivemos importantes 25 votos da oposição e o líder do PDT (Wolney Queiroz) participou de um acordo com os professores do Nordeste. Houve muita pressão de governadores nos estados, mas os deputados se mantiveram firmes e votaram a favor - disse Lira.