O presidente da República, Jair Bolsonaro afirmou que o ministro da Defesa se destaca em seu governo porque “é o que tem a tropa nas mãos" e “em última análise, poderá fazer o país rumar à normalidade”. As afirmações foram feitas durante discurso em cerimônia de promoção de generais-oficiais, no Palácio do Planalto. Não ficou claro à qual “normalidade” o presidente se referia.
Diante dos militares de alta patente do Exército, Aeronáutica e Marinha, o presidente disse que as Forças Armadas estão “ao lado do Brasil” e voltou a invocar a “luta do bem contra o mal” em referência indireta às eleições.
“Nós sempre estivemos ao lado da legalidade, e tenham certeza que se a Pátria um dia voltar a nos chamar, por ela tudo faremos, até mesmo em sacrifício da própria vida”, discursou Bolsonaro. “Tenho 23 ministros, todos são importantes, mas um se destaca. É o da Defesa, que tem a tropa em suas mãos. É o que, em última análise, poderá fazer o país rumar em direção à normalidade, ao progresso e à paz. Tudo o que nós queremos é que todos cumpram a nossa Constituição”.
Em mais uma provocação indireta a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro afirmou que sofre “açoites quase diários” de “alguns poucos que podem muito, mas não podem tudo”. Classificou as Forças Armadas como “a âncora do Brasil em qualquer situação” e voltou a dizer que os militares “sempre estiveram ao lado da legalidade”.
“Como os senhores, eu sou um soldado do Brasil. E os soldados marcham juntos para o bem da nossa Nação”, sustentou Bolsonaro, se dirigindo aos oficiais promovidos.
O presidente frisou ainda que até hoje só venceu os desafios do governo por ter Deus a seu lado e poder contar com os militares, pois as Forças Armadas estão “sempre prontas, demostrando quem são e o que pretendem” e “ao lado do nosso partido é o Brasil”.
“Não é fácil a vida em um país ainda conturbado por questões ideológicas, mas lá atrás foi mais difícil e vencemos, e agora venceremos novamente. É a luta do bem contra o mal. E o bem sempre venceu e vencerá”, bradou. “Tenham certeza que Juntos e ao lado do maior Exército do mundo, que é o povo, alcançaremos os nossos objetivos e daremos a todos democracia e liberdade”.
Sem citar as suspeitas de corrupção no governo, que nos últimos dias resultaram na exoneração do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e na suspensão pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de uma licitação para compra de ônibus com possível faturamento, Bolsonaro voltou a dizer que seu governo é marcado por transparência e combate a ilegalidades.
“Aqui há um mesclado de civis e militares que se entendem, interagem e tem amor à sua Pátria. Esta interação a gente vê no combate a um dos vírus mais mortais da nossa História, o da corrupção, que está praticamente vencido. Tenho dito, se um dia aparecer alguma coisa, vamos atrás”, concluiu.