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Por Jornal Nacional


Academia Brasileira de Letras comemora 125 anos e Cristo Redentor ganha iluminação especial

Academia Brasileira de Letras comemora 125 anos e Cristo Redentor ganha iluminação especial

A Academia Brasileira de Letras comemorou na quarta-feira (20) 125 anos, com uma cerimônia festiva no Rio e a iluminação especial no Cristo.

De braços abertos para saudar os 125 anos de história da Academia Brasileira de Letras, o Cristo Redentor ganhou a cor da ABL na noite deste 20 de julho, data exata do aniversário.

A iluminação especial foi acionada direto do Salão Nobre da academia pelo presidente da casa, Merval Pereira. A sessão solene reuniu acadêmicos e convidados.

Foi uma noite marcada pelas lembranças dos 125 anos de Academia, reverência aos fundadores e homenagens. E principalmente, uma cerimônia que reafirmou a importância da ABL, na defesa da memória, das tradições e da cultura do Brasil.

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Desde 1897, a ABL teve 259 acadêmicos. O decano e ex-presidente José Sarney foi o orador da cerimônia de comemoração

“Tão significativa para todos nós e para o Brasil, porque mostra a perenidade desta instituição que há 125 anos é guardiã da língua e dos nossos valores espirituais construída pelo gigantesco patrimônio das obras dos que por aqui passaram e dos que aqui estão”, destacou Sarney.

Um estudioso da cultura brasileira, o antropólogo Roberto DaMatta, recebeu, pelo conjunto da obra, o Prêmio Machado de Assis, maior honraria literária concedida pela academia. Professor, pesquisador, cientista social, DaMatta dedicou-se ao conhecimento das populações indígenas e da cultura popular.

“Quem escreve numa casa que acolhe as artes está acolhendo exatamente aquilo que nós humanos precisamos para que a gente se mantenha nessa balança entre uma consciência que sente tudo, mas nem sempre tem capacidade para explicar tudo. A arte serve como intermediário para tratar desses assuntos que em geral são misteriosos, são sedutores... Mas são também angelicais”, pondera DaMatta.

O presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho, recebeu a medalha Machado de Assis pela contribuição à cultura e educação. Ele lembrou o pai, o jornalista Roberto Marinho, sétimo ocupante da cadeira 39 da ABL.

"O sonho do meu pai foi justamente construir um grupo de comunicação que fosse capaz de informar, divertir os brasileiros e fazer com que a nação toda se conheça melhor, na sua diversidade, em todos os seus aspectos. A Globo é um veículo nacional, está em todos os cantos do Brasil e permite que os brasileiros se conheçam, se vejam na tela, a partir da aposta de meu pai de realmente trabalhar com o talento brasileiro, com os atores brasileiros, autores, diretores. E sempre produzindo para o Brasil”, destaca João Roberto.

A medalha João Ribeiro foi concedida ao dono da Livraria da Travessa, Rui Campos. A Academia enalteceu o trabalho da livraria em divulgar, democratizar e estimular o acesso aos livros e à literatura.

As comemorações pelos 125 anos começaram bem antes da sessão solene. Durante o dia, as casas onde viveram imortais ganharam placas de patrimônio. O lugar, no Cosme Velho, onde antes ficava a casa em que morou Machado de Assis, o primeiro presidente e um dos fundadores da ABL, virou um prédio com lojas embaixo.

Perto dali, está o casarão onde viveu e morreu o jornalista Austregésilo de Athayde. Serão ao todo 107 placas e o Rio de Janeiro tem agora um circuito da literatura.

O presidente da ABL Merval Pereira disse que a Academia preserva a tradição, mas se adapta aos novos tempos.

“A nossa preocupação é defender a liberdade de expressão, defender a liberdade de opinião e apoiar todas as expressões de arte e ampliar a nossa representatividade na sociedade brasileira, regionalmente, socialmente e nós estamos empenhados nisso”, diz Merval Pereira.

Um dos pontos altos da noite, o ex-presidente José Sarney fez uma defesa contundente da democracia brasileira e foi aplaudido.

“Infelizmente não é só a cultura brasileira que precisa nesse momento ser defendida. Fui o presidente que conduziu a transição democrática, tenho a responsabilidade pessoal de defendê-la. Ela se consolidou pela prática continuada de eleições livres sob a vigilância segura do Supremo Tribunal Federal. Garantir que o Judiciário exerça em plenitude sua responsabilidade e absolutamente necessário para que a democracia prevaleça. O Brasil precisa se unir em torno desse objetivo”, afirma José Sarney, ex-presidente da República e imortal da ABL.

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