Por André Trigueiro, RJ1


Intolerância religiosa: religiões de Matrizes Africanas foram as que mais sofreram em 2021

Intolerância religiosa: religiões de Matrizes Africanas foram as que mais sofreram em 2021

Um relatório da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa mostra que as religiões de matrizes africanas foram as que mais sofreram ataques no ano passado aqui no Rio.

A comissão é formada por representantes da sociedade civil, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil, Polícia Civil e integrantes de diferentes religiões. O documento foi divulgado na semana do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.

O relatório reúne denúncias, relatos em rede social, notícias de agências dos movimentos sociais e declarações de lideranças religiosas ou das próprias vítimas. O documento contempla casos que aconteceram em todo o estado do Rio no ano passado.

Foram 47 denúncias, segundo o Observatório de Liberdade Religiosa. A maior parte contra as religiões de matrizes africanas.

  • Religiões de matrizes africanas: 43
  • Judeus: 3
  • Católico: 1

Os crimes mais comum em 2021 foram:

  • injúria contra pessoas - 26%
  • injúria contra comunidades - 23%
  • vandalismo em templos - 21%

Os agressores

Em mais da metade das ocorrências (56%), o agressor está ligado a religiões evangélicas.

Uma em cada 10 ocorrências é de terreiros ameaçados pelo tráfico de drogas. Mas, segundo o relatório, esse número pode ser ainda maior.

No Brasil, a liberdade religiosa é garantida pela constituição. O babalaô e pesquisador da UFRJ Ivanir dos Santos acredita que muitos casos de intolerância religiosa poderiam ser evitados.

“Em todo o estado do Rio de Janeiro, existe caso de intolerância religiosa. E não existe uma política do Estado de enfrentamento dessa questão. Então, cada vez mais nós precisamos ter dados qualificados que leve a qualificar o governo a criar política nos espaços necessários aonde existe os casos de intolerância religiosa."

O que dizem as polícias

A Polícia Militar disse que combate a prática desse tipo de crime no perímetro urbano.

A Polícia Civil orienta que as pessoas denunciem os casos em qualquer delegacia ou na Delegacia de Combate a Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que fica na Rua do Lavradio, 155, no Centro do Rio. Os registros também podem ser feitos pela internet.

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