Política
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Por João Valadares e Andrea Jubé, Valor — Brasília


Depois de críticas do senador Renan Calheiros (MDB) sobre os caminhos adotados para viabilizar a chamada PEC da Transição, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, declarou na manhã desta sexta-feira (4) que é necessário usar todas as possibilidades para viabilizar o que foi prometido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral.

A dirigente afirmou que conversou com Calheiros depois das declarações de que o PT estaria fazendo “uma barbeiragem”. “Conversei com o senador e mostrei que precisamos viabilizar aquilo que foi contratado nas urnas. Não podemos entrar em 2023 sem o Auxílio Brasil e sem garantia de aumento do salário mínimo”, afirmou.

Gleisi fez um apelo ao Congresso para que os parlamentares tenham sensibilidade com o tema. A presidente do PT disse que ainda não tem o valor global da PEC e nem a estimativa do salário mínimo.

“Estamos fazendo os cálculos. Muita coisa é dita, mas não temos todos os cálculos da área técnica. Não temos o valor total da PEC. Quando tivermos, vamos submeter ao presidente Lula”, destacou.

Mercadante, Gleisi e Alckmin — Foto: Eraldo Peres/AP
Mercadante, Gleisi e Alckmin — Foto: Eraldo Peres/AP

O relator do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), anunciou na quinta-feira que foi feito um acordo com a equipe de transição do governo eleito para que seja apresentada já na próxima semana, uma proposta de Emenda à Constituição (PEC), denominada de "PEC da Transição", que, se aprovada, deixará de fora do teto de gastos as despesas adicionais referentes ao reajuste do Auxílio Brasil para R$ 600 a partir do ano que vem.

A deia da PEC da Transição não é garantir os custos do tíquete de R$ 600 como um todo, mas apenas aquilo que exceder o valor previsto para o programa no Orçamento de 2023. Neste sentido, também deve ficar fora do teto as despesas para o pagamento adicional de R$ 150 reais por criança para famílias beneficiadas, bandeira de campanha do candidato do PT.

Acompanhada do ex-ministro Aloizio Mercadante, a dirigente visitou as instalações do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde vão ocorrer até o fim do ano as reuniões com representantes do governo Bolsonaro para efetivação da troca de comando no país.

A expectativa é de que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva participe da primeira reunião no CBBB já na próxima terça-feira. Um dia antes, conforme informações repassadas pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, todos os 50 integrantes que vão atuar na transição serão indicados.

Evangélicos

Gleisi ainda rebateu críticas de que sua resposta dada mais cedo a Edir Macedo, de que dispensa seu "perdão", afastaria o partido do público evangélico.

"Não tenho nada a complementar, o que disse está lá, e respeitamos todas as igrejas", afirmou.

Gleisi negou que o PT tenha se distanciado dos evangélicos, segmentou que votou em peso no presidente Jair Bolsonaro (PL) no pleito de outubro.

"Nunca nos afastamos, e sempre os respeitamos. Apenas não misturamos política com religião, isso tem que ficar claro", complementou. "Nossa missão, do presidente Lula, e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, é fazer o país sair da crise, reconstruir o país, e todos farão parte desse processo", concluiu.

Mais cedo, em seu perfil oficial no Twitter, Gleisi afirmou que o PT dispensa "o perdão" de Edir Macedo, que é líder da Igreja Universal do Reino de Deus. A instituição é ligada ao partido Republicanos, cujos votos o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva precisará negociar no Congresso para aprovar matérias relevantes para o país.

Na mesma postagem, Gleisi disse que é Edir Macedo quem "precisa pedir perdão a Deus pelas mentiras que propagou, a indução de milhões de pessoa a acreditarem em barbaridades sobre Lula e sobre o PT, usando a igreja e seus meios de comunicação para isso. A nossa consciência está tranquila".

Durante a campanha, o jornal oficial da Igreja Universal fez campanha contra Lula, enquanto pastores difundiam que votar na esquerda era "pecado".

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