Por Raoni Alves, g1 Rio


Galera animada no Bloco Areia — Foto: Fernando Maia/Riotur

Cerca de 5 milhões de pessoas devem curtir os blocos de carnaval do Rio de Janeiro esse ano. Essa é a expectativa da Riotur, empresa pública responsável por organizar a folia popular carioca.

Além da forte presença de público, a Riotur acredita que o carnaval de rua sozinho possa movimentar cerca de R$ 1 bilhão na economia da cidade. Para Ronnie Costa, presidente do órgão, após dois anos sem desfiles por conta da Covid-19, esse será um carnaval histórico.

"Nossa expectativa é a melhor possível. Depois de dois anos sem ter essa festa tradicional do carnaval carioca, estamos esperando 5 milhões de pessoas no carnaval de rua", comentou Ronnie Costa.

Sargento Pimenta em 2020 — Foto: Fernando Maia/Riotur

Para o presidente da Riotur, a presença de turistas na cidade será muito grande esse ano. A expectativa de Ronnie é de ocupação máxima na rede hoteleira do Rio de Janeiro.

"A rede hoteleira já ultrapassou os 80% de ocupação há um mês do carnaval. Vamos ter um cenário parecido com o do réveillon, com 100% de ocupação em várias regiões da cidade", comentou.

Estrutura recorde

A grande presença de público no carnaval de rua representa um forte impacto financeiro para o município. Nesse contexto, a Riotur espera que só os desfiles nas ruas do Rio possam provocar uma movimentação de R$ 1 bilhão na cidade.

De acordo com Ronnie Costa, a estimativa faz parte de um estudo desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Desburocratização do Rio, pasta comandada pelo secretário Chicão Bulhões (PSD).

"O que o poder público investe na festa é muito pequeno em comparação com o que a gente arrecada. São muitos turistas internacionais e muitos turistas nacionais. Se somar tudo, com Sapucaí, rede hoteleira, somando tudo, o impacto do carnaval ultrapassa os R$ 4 bilhões. Isso envolve toda a operação do carnaval carioca", explicou o presidente da Riotur.

Foliona aproveita o Carnaval do Rio fantasiada de índia — Foto: Divulgação/ Renan Oliveira

Um exemplo do potencial do carnaval nas atividades econômicas da população é o número de pessoas buscando trabalhar durante a data festiva. Esse ano, a prefeitura recebeu 38.573 inscrições de ambulantes interessados em trabalhar nos blocos de rua. Ao todo, 10 mil vagas foram disponibilizadas. Foram sorteados 5.650 mulheres e 4.350 homens.

Entre os grandes números da festa popular desse ano está a presença de agentes públicos na organização do carnaval de rua. Segundo a Riotur, o número de profissionais do município trabalhando na folia carioca será recorde.

"Vamos ter o maior contingenciamento de pessoas, de agentes públicos, trabalhando na história do carnaval. Só a Comlurb vai estar com 5 mil homens, a Seop e a Guarda Municipal vão ter 2 mil homens, vamos ter 34 mil banheiros químicos, posições de banheiros. É uma estrutura recorde", concluiu Ronnie Costa.

Foliões na Orquestra Voadora — Foto: Raoni Alves/G1

A partir do dia 21 de janeiro, data do início oficial dos desfiles, a Prefeitura do Rio vai disponibilizar 220 ambulâncias e oito postos médicos que serão operados pela Secretaria Municipal de Saúde.

A estrutura de saúde ficará espalhada pela cidade, priorizando as regiões que mais vão receber blocos. O objetivo é não inflar o sistema público com atendimentos médicos de baixa complexidade.

O número de operadores de trânsito também será mais que o dobro do último carnaval de rua na cidade. Se em 2020, foram 1,5 mil agentes, esse ano 3.250 mil operadores vão para as ruas durante o carnaval.

Carnaval "catártico"

Para a produção do carnaval de rua de 2023, a Prefeitura do Rio firmou um contrato com a empresa Dream Factory. Nesse acordo, o município mais que dobrou o valor da outorga, ou seja, o quanto a organizadora paga pelo direito de produzir a festa. Em 2020, a outorga era de R$ 2,7 milhões. Em 2023, será de R$ 6 milhões.

Para esse ano a empresa fechou quatro cotas de patrocínio, a principal delas com uma cervejaria e mais três participações menores.

Gigantes da Lira, em Laranjeiras — Foto: Alexandre Macieira/Riotur

A Dream Factory ficará responsável pela infraestrutura da festa, da instalação de banheiros químicos até a decoração, passando pelo cercamento de canteiros, cadastro de ambulantes e montagem de outras estruturas.

A empresa é responsável por essa produção desde 2009, por tanto, faz parte do desenvolvimento do carnaval carioca nos últimos 13 anos.

Para Bruno Guerra, diretor de Cluster de Festas Populares da Dream Factory, a volta do carnaval de rua depois de dois anos tem o poder de unir o povo carioca. Ele acredita em um carnaval "catártico" esse ano.

"Desde a retomada dos eventos ao vivo, a gente tem notado uma presença massiva das pessoas e o carnaval é a maior expressão popular do Rio, a que mistura todas as crenças e reúne todos os povos. Isso tudo foi muito represado pela pandemia. Não podemos ter uma expectativa diferente. A gente brinca que esse será o carnaval mais catártico dos últimos tempos. As pessoas querem muto celebrar esse momento de festa. É a nossa maior festa e estamos muito otimista", comentou Bruno Guerra.

445 desfiles oficiais

Para a festa desse ano, a Prefeitura do Rio autorizou a realização de 445 desfiles, em 402 blocos espalhados por toda cidade. Oficialmente, o carnaval de rua acontece entre os dias 21 de janeiro e 26 de fevereiro, mas desde o último dia 7 muitos blocos já realizam ensaios e desfiles.

Entre blocos tradicionais e modernos estão os megablocos, que vão desfilar no Centro do Rio. Ao todo, seis megadesfiles estão autorizados a sair esse ano. São eles: Bola Preta; Fervo da Lud; Bloco da Anita; Monobloco; Chora me Liga; e Carrossel de Emoções

Confira a lista completa dos blocos autorizados:

Fotografia de casal no bloco Boitatá em março de 2019 — Foto: Fernando Maia/Riotur

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