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Por Daniela Chiaretti, Valor — São Paulo

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva deu um recado claro aos adversários que têm dentro e fora do governo: não pretende desistir do posto.

“O Congresso está transformando a medida provisória de gestão do governo que ganhou, na medida provisória do governo que perdeu. Isso em várias agendas, sobretudo na agenda ambiental e dos povos indígenas”, citou. “Nós temos que resistir”.

Marina Silva disse que a resistência será feita “criando alternativas, buscando soluções e cuidando do legado.” Lembrou que o presidente Lula “ganhou com o legado da democracia e nós fazemos parte desse legado. É um governo de Frente Ampla. Estamos aqui, como parte dela”.

A mensagem foi dita de vários modos na cerimônia de posse do novo presidente do ICMBio, Mauro Pires, em Brasília, na quinta-feira. Mesmo com a pressão que vem sofrendo do Ministério das Minas e Energia, no Congresso e dentro de alas do PT, lembrou que a agenda socioambiental é transversal. “Não vamos enfrentar a crise climática se a agenda ambiental não estiver presente em todos os setores do governo e da sociedade”.

“Queremos ser o país do desenvolvimento sustentável, que enfrentará o problema da mudança climática, que reduzirá o desmatamento e que alcançará o desmatamento zero em 2030”, seguiu.

“O que está acontecendo no Congresso não é bom para ninguém, inclusive para o Congresso e o agronegócio”, voltou a repetir.

Marina manifestou sua resiliência também a seu modo. Recorreu a uma das lendas que cerca o italiano Niccolò Paganini, considerado o maior violonista da história, para dizer que permanece no governo, mesmo com a crise entre Ibama e Petrobras em função do petróleo na foz do Amazonas e o dia desastroso ontem, com o Congresso buscando esvaziar sua pasta e a dos povos indígenas.

Contou que Paganini (1782-1840) estava fazendo um concerto, a plateia encantada com a música que saia de seu violino, quando uma corda do instrumento se quebrou. “Ele não interrompeu, seguiu tocando, tirando aquele som maravilhoso”, disse. Depois, outra corda se rompeu, a orquestra ficou mais constrangida e parou de tocar, mas o músico seguiu, e a orquestra voltou a acompanhá-lo. Outras cordas quebraram até que restou apenas uma. “Ele continuou tocando com uma corda só. Vamos tentar fazer o esforço de Paganini”, prometeu.

Marina Silva reconheceu que “estamos vivendo um momento difícil”, mas emendou dizendo que “a boa madeira não cresce no sossego”. Lembrou que a política ambiental brasileira tem conseguido avanços, e que “sempre são avanços com muita luta”.

Mencionou, sem ser explícita, as contradições de um governo que enche os ministérios da Esplanada com secretarias e departamentos de combate à mudança climática, mas faz estrondo para explorar mais petróleo e em zonas em frente à Amazônia. “Existem contradições, mas estamos aqui para manejá-las”, disse apenas.

Marina recordou que é “persistente”. Reforçou que “não está fácil, mas a melhor forma de contribuir é enfrentando a adversidade. É permanecendo aqui, para que a gente possa ajudar a fazer as grandes transformações de que o Brasil precisa.”

Em entrevista depois do evento, disse que “obviamente que o Congresso é soberano, respeitamos a autonomia dos poderes, mas o governo federal tem o direito de se organizar da forma que entende ser a melhor para sua gestão”.

Disse que esse é o momento “para continuarmos lutando pelo Sistema Nacional de Meio Ambiente”. Foi um recado claro ao Congresso, que pretende desidratar a pasta retirando o Cadastro Ambiental Rural (CAR), a Agência Nacional de Águas (ANA) e a gestão dos resíduos sólidos.

Contou o roteiro que tem em mente. “Temos que pegar as imensas vantagens comparativas do Brasil e transformá-las em vantagens competitivas, e mais do que isso, em vantagens transformativas”.

Foi enfileirando: “O país pode transformar a agricultura de alto carbono, em agricultura de baixo carbono; a matriz energética, que já é mais de 40% limpa, pode ser ainda mais limpa e exportadora de sustentabilidade, se produzirmos hidrogênio verde para ajudar os que têm dificuldade em fazer a transição energética”.

Lembrou a dianteira chinesa, país que em 2012 decidiu ser, em 2025, o maior exportador de tecnologia para a transição ecológica. “Eles já são isso, bem antes de 2025”.

Na cerimônia, estavam presentes vários embaixadores e seus representantes — da Noruega, França, Itália, União Europeia — o presidente do Ibama Rodrigo Agostinho, o diretor-geral da Polícia Federal (PF) Andrei Augusto, a presidente da Funai Joenia Wapichana, entre outros.

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