Política
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Por — Rio de Janeiro

Um dos principais auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro nos quatro anos de governo, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid teve seu acordo de delação premiada com a Polícia Federal homologado neste sábado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No mesmo dia, Moraes concedeu liberdade ao militar, que estava preso havia quatro meses em um batalhão do Exército, em Brasília. O magistrado, contudo, impôs condições, como o uso de tornozeleira eletrônica, não sair de casa à noite, nem ter contato com outros investigados nos casos dos quais é alvo — com exceção de familiares.

A partir de agora, Cid deverá dar mais detalhes e entregar aos investigadores elementos que ajudem a esclarecer suspeitas que envolvem o ex-chefe, como a de fraude em cartões de vacinação, a venda de joias recebidas pelo governo brasileiro e a trama para uma tentativa de golpe no país. Em troca, poderá ter um abatimento ou até mesmo um perdão de uma eventual pena em caso de condenação.

Veja as condições impostas por Moraes para soltar Cid:

  • Uso de tornozeleira eletrônica e proibição de ausentar-se da Comarca , de sair de casa à noite e nos finais de semana
  • Afastamento do exercício das funções de seu cargo de oficial no Exército
  • Obrigação de apresentar-se semanalmente perante ao Juízo da Execução da Comarca de origem
  • Proibição de ausentar-se do país e cancelamento de todos os passaportes emitidos em nome do investigado
  • Suspensão imediata de porte de arma de fogo bem como de realizar atividades de colecionador, tiro desportivo e caça
  • Proibição de utilização de redes sociais
  • Proibição de comunicar-se com os demais investigados, com exceção de Gabriela Cid (esposa), Beatriz Cid (filha) e Mauro Lourena Cid (pai)

Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, faz corrida durante a manhã no Quartel da Polícia do Exército, aonde esta preso. — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, faz corrida durante a manhã no Quartel da Polícia do Exército, aonde esta preso. — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

As etapas antes e após a homologação:

Proposta

Mauro Cid e seu advogado procuraram o gabinete de Moraes, na quarta-feira, oferecendo um acordo de delação premiada

Aval

O MPF alegou dúvidas sobre a validação do instrumento, mas a Polícia Federal aceitou firmar o acordo com Cid

Homologação

Moraes homologou o acordo e avaliará se a colaboração foi feita de forma regular e os benefícios previstos ao investigado estão adequados

Sigilo

A partir do recebimento da proposta, todo o processo passa a ser confidencial

Colaboração

O investigado passa a ser obrigado a renunciar ao direito ao silêncio em todos os depoimentos que prestar

Provas

Agora, Cid deverá entregar aos investigadores elementos que ajudem a comprovar as afirmações em sua delação

Novas apurações

A partir dos depoimentos de Cid, novas diligências serão tomadas, entre elas, prisões e buscas

Suspensão do acordo

A lei prevê que a delação seja rescindida, caso Cid não conte tudo o que sabe. Se isso ocorrer, ele corre o risco de perder os benefícios.

Principais inquéritos em que Cid deve colaborar:

Joias

A investigação mais avançada é a que trata da venda de presentes recebidos por Bolsonaro na Presidência. Cid deverá explicar por que e a mando de quem ele e seu pai venderam dois relógios recebidos pelo ex-presidente de outros chefes de estado.

Fraude em cartão de vacinação

Cid está preso desde maio pela suposta fraude em cartão de vacina de si próprio, sua família, além de Bolsonaro e sua filha Laura. Ele deverá explicar se os dados, alterados antes de uma viagem aos Estados Unidos, foram modificados por sua orientação.

Tramas golpistas

Pela função que exercia, Cid é um personagem que se conecta a vários episódios envolvendo Bolsonaro. Um exemplo é a reunião no Palácio do Planalto em que o senador Marcos do Val (Podemos-ES) disse ter ouvido do ex-deputado Daniel Silveira um plano para gravar Moraes.

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