Política
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Por Valor — São Paulo


(Atualizada às 21h48) O jornalista Raymundo Costa, repórter especial e colunista do Valor desde 2005, faleceu na terça-feira (23) à noite em Brasília, em decorrência de uma septicemia. Ele havia sido diagnosticado com câncer de pulmão em 2016 e estava hospitalizado desde o dia 7 de outubro. Filho de Raimundo Costa e Iracy de Souza Costa, nasceu em 18 de setembro de 1952 em Belém do Pará. Casado com Graziela Murrieta, deixa três filhas e quatro netos. 

Estava há mais de 30 anos radicado em Brasília. Em Belém, trabalhou nos jornais "A Província do Pará", "O Liberal" e no semanário alternativo "Bandeira 3". Antes de trabalhar em Brasília, onde se concentrou na cobertura política e cobriu desde o regime militar à transição democrática, foi correspondente de "O Estado de S. Paulo" em São Luis (MA), período em que se dedicou especialmente à cobertura sobre a Amazônia. Antes de entrar para o Valor, trabalhou nas revistas "Veja" e "IstoÉ" e nos jornais "O Globo" e "Folha de S. Paulo". 

Para a diretora de redação do Valor Econômico, Vera Brandimarte, “o Valor perde muito mais que um de seus mais competentes profissionais, respeitado por leitores e por suas fontes”. Segundo Vera, a redação do Valor “perde um companheiro de todas as horas, que inspirava tanta estima que mesmo com o passar dos anos sempre foi chamado carinhosamente no diminutivo. Raymundinho compartillhava seus conhecimentos sem reservas e formava as novas gerações com muita generosidade. Estamos no mais pesaroso luto”, disse ela.

A jornalista do Valor Maria Cristina Fernandes afirmou que até quem não o conhecia o chamava pelo diminutivo. "Da copeira da redação ao presidente da República, todos pareciam reverenciar o jeito tímido e discreto com o qual se conduzia o repórter de uma época em que o jornalismo produziu celebridades. Contava o que ouvia e via. De todos os lados. Falava baixo, mas nunca deixou de ter respondidas suas perguntas simples, à direita e à esquerda. Fez do arroz e feijão do jornalismo uma iguaria num mercado de notícias movido a escândalos. Deixou o esboço de um livro sobre o MDB num momento em que o país corre o risco de ter saudades do partido. Difícil encontrar um erro no que escrevia. E ainda mais, quem se dissesse traído por um relato equivocado. Mas escolheu o momento errado para ir embora".

O presidente Michel Temer se manifestou no Twitter: “Perdemos nesta noite um dos jornalistas mais respeitados do país, Raymundo Costa. Competente, educado e observador atento dos fatos, teve trajetória brilhante em alguns dos melhores veículos de comunicação do país. Minha solidariedade aos amigos e à família.”

Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, também se pronunciou sobre o jornalista: “Triste com a notícia do falecimento do jornalista Raymundo Costa, o Raymundinho. Um jornalista muito experiente, perspicaz da cena política, tivemos muitas boas conversas em Brasília. Presto minha solidariedade aos familiares e aos amigos”.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, prestou homenagem ao jornalista. “O jornalismo brasileiro perdeu um de seus principais ícones de perspicácia, análise política precisa e carisma, reconhecido tanto por colegas quanto por autoridades que sábia e gentilmente entrevistava”, afirmou o ministro em nota.

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, afirmou que o jornalismo político brasileiro sofre uma grande perda, principalmente neste momento de eleições. "Sua análise apurada e perspicaz vai fazer muita falta."

Em nota, o governador Rodrigo Rollemberg (DF) lamentou a morte de Costa e destacou a humildade e o profissionalismo do jornalista. “ Ao longo dos últimos anos convivi com ele, seu vasto conhecimento da política brasileira, seu discernimento preciso e pontual e a enorme figura humana abrigada naquele seu jeito simples de ser. A humildade, a capacidade de ouvir e de aceitar os argumentos alheios - sem se considerar o “dono da verdade” - fizeram dele um exemplo, de fato, para o jornalismo brasiliense e brasileiro”, disse. 

Vários jornalistas já se manifestam nas redes sociais em pesar pela perda do colega. “Perda enorme para o jornalismo”, escreveu Fernando Rodrigues, do Poder360. Eliane Cantanhêde, do “Estado de S. Paulo”,  o descreveu como “o devorador de livros, o intelectual sem vaidade”. Andreza Matais, também do “O Estado de S. Paulo”  lembrou que “são poucos os que pegam na mão da gente para compartilhar conhecimento. Raymundo Costa era assim. Generoso! Vai fazer muita falta no momento em que o país precisa tanto de jornalista”. O jornalista Kennedy Alencar lembrou do colega de Folha de S.Paulo. "Figura doce mas firme, esse caboclo paraense iluminou a vida de todos que tiveram a felicidade de conhecê-lo. Parte cedo."

A perda também foi sentida por analistas e cientistas políticos. "Além de grande profissional, um ser humano extraordinário", disse Murillo de Aragão. Para Cristiano Noronha‏, o "jornalismo perde um nome extraordinário". Pedro Abramovay‏ destaca que Raymundo Costa "era dos poquíssimos jornalistas admirados por todos os lados do espectro político brasileiro, sem ser bajulador de nenhum". 

A France au Brésil ‏ (TT da Embaixada da França no Brasil) afirmou: "É com grande pesar que recebemos a notícia do falecimento do repórter Raymundo Costa, do @valoreconomico. Jornalista experiente e profundo conhecedor da política brasileira, era, um interlocutor essencial para compreendermos o Brasil. Nossa solidariedade aos familiares e amigos."

A Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig) lembrou que o jornalista foi um dos finalista do Prêmio Marco Maciel: Ética e Transparência entre o Público e o Privado 2018 na categoria jornalismo em RIG com matéria sobre os avanços da lei de regulamentação do lobby, publicada no jornal Valor Econômico, em janeiro. “Um dos melhores jornalistas da atualidade! Estamos muito tristes em perder um profissional experiente que trabalhava sempre com ética e transparência”, disse Guilherme Cunha Costa, presidente da Abrig. “Raimundinho era um dos mais perspicazes analistas políticos da imprensa brasileira e excepcional figura humana. Um imenso vácuo se abre”, disse Ruy Coutinho, presidente do conselho superior da Abrig. “Um dos melhores analistas políticos desta geração”, afirmou Antônio Marcos Umbelino Lobo, diretor da Abrig.

Diversos políticos também se manifestaram pelo Twitter para mostrar seu pesar. Veja abaixo:

Henrique Meirelles (MDB) - "Morreu o jornalista Raymundo Costa, exemplo de equilíbrio e integridade. Tinha como poucos a curiosidade genuína, a vontade de entender os fatos e a capacidade de observá-los com um olhar sem preconceitos. Fará muita falta."

Eunício Oliveira‏ (MDB) - "Raymundo Costa deixa um profundo vazio no jornalismo brasileiro. Seu olhar calmo, mas perspicaz, não deixava transparecer a pergunta certeira, eventualmente dura, que viria a seguir, amaciada pela razão e o conhecimento de quem entendia o que estava acontecendo. Minha solidariedade à família, aos colegas do Valor Econômico e aos numerosos amigos que cativou."

José Aníbal ‏ (PSDB-SP) - "A morte de Raymundo Costa me entristece muito. Sempre aprendi com as conversas e com os textos dele. Era uma referência no jornalismo e não só em Brasília. Abraço fraterno à família."

Aldo Rebelo ‏- "O jornalismo brasileiro perde o talento e a seriedade de Raymundo Costa."

Júlio Delgado (PSB) - "O jornalismo analítico e de credibilidade perde um grande nome. Morreu hoje, em Brasília, Raymundo Costa, colunista do Valor. Como poucos, Raymundo emitia opiniões lúcidas com base em apuração correta e de qualidade. Não por acaso, era respeitado e querido por todos do meio político na capital federal."

Moreira Franco (MDB) - "Raymundo Costa, jornalista, gente decente, bom amigo, discreto, correto, intransigentemente íntegro. O jornalismo brasileiro perdeu hoje uma de suas referências. Em BSB , os jornalistas e nós fontes deixaremos de conviver com um profissional que amava sua profissão e lhe era fiel."

José Agripino (DEM) - "Recebo com muita tristeza a notícia do falecimento de Raymundo Costa, um dos jornalistas mais competentes e respeitados do Brasil. Comprometido com a verdade dos fatos, Raymundo fará falta com suas análises refinadas sobre a política nacional. Meus sentimentos à família e amigos."

Rui Falcão‏ (PT) - "O jornalismo brasileiro perdeu ontem à noite Raymundo Costa. Repórter do Valor Econômico, ele era um dos mais argutos articulistas políticos do País. Sua morte me entristece e transmito meus sentimentos aos familiares, colegas e amigos."

Walter Pinheiro (PT) - "Raymundo Costa: O jornalismo brasileiro perde o brilho, a coerência e a boa análise. Perdemos um amigo, mas fica o legado."

Marcos Jorge (ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços) - "Recebi com muita tristeza a notícia do falecimento do competente Raymundo Costa. Jornalista histórico do Valor Econômico, possuía um dos melhores textos e contava ótimas histórias. O jornalismo político nacional teve uma grande perda hoje."

Lucio Vieira Lima‏ (MDB) - "Com o falecimento do Raymundo Costa,chamado carinhosamente pelos colegas e amigos,de Raymundinho,o jornalismo Brasileiro,perde um grande profissional,respeitado pelas fontes,colegas e leitores,vá em paz amigo e obrigado por ter me tido como fonte!"

Heráclito Fortes - "O jornalismo brasileiro perde um dos seus melhores e mais repeitados representantes. O jornalista Raymundo Costa trabalhou nos principais veículos de comunicação do país, como Veja, Isto É, O Globo, Folha de São Paulo e, mais recentemente, era repórter especial do jornal O Valor." 

Gilberto Kassab (PSD) - "Quero me solidarizar com os familiares e amigos do grande jornalista Raymundo Costa, que faleceu ontem. Um amigo que cobria com muito talento a política em Brasília e era muito respeitado por todos que acompanham o cenário do Governo, do Congresso e de todo o panorama político. O Raymundo Costa fará falta e o seu papel na democracia é insubstituível."

Ricardo Tripoli (PSDB) - "Minha solidariedade à família e aos amigos de Raymundo Costa. A imprensa brasileira e o jornalismo político perdem um dos mais completos profissionais. Seus textos e análises refinadas sobre política nacional farão muita falta. Triste com sua passagem."

Duarte Nogueira (PSDB, prefeito de Ribeirão Preto) - "Faleceu Raymundo Costa. Jornalista que tive a oportunidade de conhecer durante meu período de congressista em Brasília. Excelente profissional. Homem de caráter e humanista. Imprensa brasileira em luto. Nossas orações para ele e conforto aos familiares."

José Serra ‏(PSDB) - "Um homem íntegro, grande repórter político, excelente caráter. Perdem sua família, a imprensa brasileira e os leitores. Perdemos todos nós. Transmito meus pêsames para sua esposa Graziela e família."

Marta Suplicy ‏- "Grande Raimundo Costa. Perda enorme de sua lucidez em tempos tão turvos!"

Aloysio Nunes Ferreira (ministro dasRelações Exteriores) - "Foi com tristeza que recebi a notícia do precoce falecimento do jornalista Raymundo Costa. Dos mais argutos repórteres e cronistas da cena política de Brasília, Raymundinho – como era conhecido por seus colegas, amigos e admiradores – notabilizou-se pelo compromisso com a verdade e pela precisão de suas análises. De uma longa carreira de serviços prestados aos mais importantes veículos de comunicação do país, esse paraense radicado na Capital Federal acompanhou em primeira mão, entre outros momentos históricos, o processo de transição que culminou na redemocratização. Raymundo Costa emprestou seu talento à análise política e ao jornalismo de qualidade, informativo e independente. A imprensa nacional perde um de seus melhores nomes e o Brasil, uma referência de integridade e profissionalismo. Transmito a sua esposa, a suas filhas, e aos amigos de Raymundo Costa meus mais sinceros sentimentos pela perda, com a certeza de que seu exemplo de cidadão e profissional continuará inspirando todos nós."

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