“O Brasil pode ter dezenas de empresas de 100 bilhões de dólares”

Por: Heitor Facini4 Minutos de leituraEm 12/07/2019Atualizado em 27/11/2019

Onde vai surgir a próxima empresa gigante no mundo? Fabrício Bloisi, fundador e CEO da Movile, elogia os unicórnios brasileiros, mas acredita que o Brasil tem muito potencial para mais “Eu não estou dizendo de empresas de apenas US$ 1 bilhão. Eu estou pensando maior, em empresas de US$ 100 bilhões! E acreditem, isso pode acontecer aqui”, declarou.

A Movile é uma das empresas que surgiu na primeira onda de unicórnios no Brasil. Ela é um grupo que tem em seu portfólio empresas como o iFood, que fez mais de 14 milhões de entregas de comida em janeiro de 2019, e o PlayKids, que é usado em 120 países. 

Mas se engana quem acredita que tudo sempre foi flores na vida da empresa. “Tudo deu errado o tempo inteiro na Movile. Fizemos apostas erradas o tempo todo! Mas isso é bom. O importante é continuar motivado”, explicou. “A gente, há uns 10 anos atrás, era uma empresa pequena com 20 funcionários. Hoje chegamos aqui. E tenho certeza que existem dezenas de empresas na mesma situação que a gente estava”.

Fabrício apresentou a palestra “Subindo a régua para impactar positivamente 1 bilhão de pessoas” no Superlógica Xperience 2019, onde contou o que ele acredita que vai mudar nos próximos anos no mundo dos negócios e o que a sua empresa precisa fazer para estar adaptada a essa nova realidade. Abaixo, você pode conferí-la na íntegra!

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O mundo vai mudar muito nos próximos anos

“As melhores oportunidades ainda vão acontecer, temos muitos bilhões de dólares a frente para muitas empresas alcançarem! Todos os mercados vão sofrer disrupção”, comentou Fabrício. 

Ela já aconteceu no Brasil em mercados de entrega de comida (com empresas como iFood) e de mobilidade urbana (como o Uber e 99). Entretanto, isso é pequeno em comparação ao que ocorrerá nos próximos anos. 

“Teremos 7 bilhões de pessoas no mundo conectadas no mundo. Tudo o que você faz será impactado, ir na escola, no médico, estudar. Tudo!”, comentou. 



O mercado de fintechs é apenas o começo

As fintechs estão mostrando como o mercado já está mudando. Fabrício mostrou o exemplo que a China vem dando com o WeChat. “Eu passei 10 dias lá sem nenhum dinheiro físico, utilizando apenas a minha carteira digital. Quando algum estabelecimento comercial falava que não recebia dessa forma, eu pedia para o vendedor passar no aplicativo dele e assim eu resolvia”, contou. “Vai demorar um pouco para chegar no Brasil, mas vai chegar”. 

Já estão sendo feitas reuniões e grupos de discussões do Banco Central para ser implantado o pagamento instantâneo no Brasil. Entretanto, mesmo que o pagamento digital ainda não funcione no Brasil, o mercado das fintechs já cresce absurdamente, sendo o maior da América Latina, com um crescimento na casa dos 66% em 2018. 

“Essa disrupção vai acabar influenciando o varejo, seja online, seja de vendinhas, mercados e conveniências. Teremos outros 20 segmentos enormes sofrendo a transformação que táxis e entrega de comida sofreram”. 

“Inteligência artificial não é só carro autônomo”

Outro avanço grande que Bloisi citou foi o uso da inteligência artificial no mundo dos negócios. “Ela tem uma utilidade incrível! Inteligência artificial não é só carro autônomo!”, declarou. 

Ele explicou como a IA ajuda a logística do iFood:

  • Previsão das horas que o usuário vai pedir;
  • Onde posicionar os motoboys;
  • Que tipo de alimento é mais pedido em cada horário do dia;
  • Qual preço deve ser cobrado para vender mais.

Inteligência artificial ajuda as empresas a tomarem decisões mais assertivas. “Você precisa ser extremamente bom em dados para conseguir se dar bem no seu mercado. Do contrário, estará perdido”.

Unicórnios brasileiros: como ser uma das empresas que vai aproveitar essas oportunidades?

Por fim, Fabrício deu 5 dicas que aplicou na Movile e são importantes para todas as empresas também crescerem e aproveitarem essas oportunidades. Segundo ele, “você criará a disrupção e não sofrerá por essa mudança”. 

1. Pense grande!

Bloisi acredita que faz todo o sentido a empresa ter metas agressivas. “A minha empresa entrega muito melhor quando tenho um sonho grande. O objetivo da Movile, criado há 4 anos atrás, é impactar 1 bilhão de pessoas com nossos aplicativos. Naquela época, tínhamos de 20 a 30 mil clientes. Hoje, ainda não alcançamos, mas estamos perto com 400 milhões de clientes”. 

“Não pense em ganhar Campinas, São Paulo ou Brasil. Pense em ganhar o mundo! Assim, você tem um objetivo para que todos da sua empresa sigam juntos”.

2. A única coisa que importa é gente

O capital humano é essencial para que a empresa consiga atingir seus objetivos. “As pessoas são o bem mais importante da sua empresa. Não é a tecnologia, os líderes ou o dinheiro. São seus funcionários!”.

Ele entende que o papel de um líder não é o microgerenciamento e sim empoderar as pessoas corretas para assumir os riscos e fazer com que a empresa cresça. “Contrate profissionais mais capacitados que você para resolver os problemas do seu negócio. O CEO só precisa dar uma direção que todo mundo possa seguir”. 

3. Seja criativo…

Dentro de uma startup, você precisa resolver problemas diários. A criatividade ajuda muito para achar soluções enxutas, tomar decisões rápidas e assumir riscos. “Você precisa mudar o curso dos eventos quando necessário e precisa ser rápido, já que uma demora pode influenciar completamente se o seu plano vai dar certo ou não”.

4. … mas ainda tenha disciplina

É importante usar a criatividade, mas sem esquecer de definir metas para serem atingidas todos os meses. “É essencial manter disciplina, analisar sempre as suas ações, ver os dados para que a tomada de decisão sempre seja assertiva. Assim, por mais que você cometa 40 erros em 6 meses, você tomará decisões que vai impactar a empresa em bilhões de dólares”.

5. Por fim, nunca pare de aprender

Conhecimento intelectual é aquilo que vai fazer a sua empresa continuar seguindo adiante. “Já fui para Harvard, Stanford, FGV, estudei na Unicamp. Toda semana eu continuo lendo um livro, artigos, estudos de mercado. Isso é o que vai transformar você em alguém melhor! E é possível achar muita coisa boa gratuita na internet”. 

Ele indicou duas consultorias que produzem regularmente estudos sobre o mundo dos negócios: Andreessen Horowitz e Mary Meeker. São relatórios densos mostrando as principais inovações dos principais polos do mundo. 

“Se informando e se antecipando, você entra em pé de igualdade com as principais empresas do mundo e tem a possibilidade de construir a próxima empresa de US$ 100 bilhões de dólares”, concluiu. 

Sobre a Superlógica

A Superlógica desenvolve o software de gestão líder do mercado brasileiro para empresas de serviço recorrente. Somos referência em economia da recorrência e atuamos nos mercados de SaaS e Assinaturas, Condomínios, Imobiliárias e Educação

A Superlógica também realiza o Superlógica Xperience, maior evento sobre a economia da recorrência da América Latina, e o Superlógica Next, evento que apresenta tendências e inovações do mercado condominial. 

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